Frei Tito de Alencar: coragem, fé e resistência

Cearense de alma inquieta, Frei Tito viveu intensamente seu tempo. Enfrentou a ditadura com coragem, pagou um preço alto ao lutar por justiça e se tornou símbolo de uma Igreja renovada e de um país que buscava liberdade. O legado, marcado pela defesa dos direitos humanos e da democracia, mantém viva a memória de tempos sombrios e nos convida a olhar para o futuro com esperança e responsabilidade. 

A história de Tito se encontra com a missão do Ministério Público, especialmente após a promulgação da Constituição Federal de 1988 que tornou o MP uma instituição permanente e essencial à Justiça, responsável por defender a ordem jurídica e o regime democrático, os direitos fundamentais e os interesses sociais indisponíveis. 

Para reforçar esse compromisso, o Ministério Público do Ceará inaugurou a exposição “80 anos de Frei Tito: Memória e Justiça”, na sede da Procuradoria Geral de Justiça, em Fortaleza. Realizada em parceria com a Secretaria da Cultura do Estado, por meio do Museu do Ceará, e com a Secretaria de Direitos Humanos do Estado, a mostra apresenta documentos, objetos pessoais e relatos que revelam a trajetória de Frei Tito desde a juventude até o exílio na França. A exposição convida o público a refletir sobre o papel da memória como instrumento de justiça e transformação social, e destaca a importância de manter viva a voz de quem lutou pela liberdade e pela dignidade humana. 

Infância: raízes de um menino sonhador

Era uma casa simples, de portas abertas para a rua Rodrigues Júnior, no coração de Fortaleza. Foi ali, no número 364, que viveu Tito de Alencar Lima — o caçula de uma família numerosa e cheia de histórias – e de onde se tirou o retrato no dia em que o Frei completou 12 anos. A imagem mostra um menino de olhar tranquilo, cercado pelas irmãs Nildes, Nelza, Nilma e Nícia, com dona Laura, a mãe, ocupando o centro da cena. A fotografia, guardada com carinho pela família, ganhou ainda mais valor após o falecimento do caçula anos mais tarde.    

Nildes, com cerca de 12 anos na época, assumiu com naturalidade o papel de segunda mãe. Foi ela quem guiou o irmão com ternura e firmeza, e teve um importante papel na formação intelectual, religiosa e política de Tito. Nailde, carinhosamente chamada de Daíde, foi quem o alfabetizou e abriu as portas do conhecimento para o menino que, mais tarde, se tornaria símbolo de resistência. 

Nascido em uma família católica, Tito cresceu frequentando a igreja e foi inscrito por dona Laura na Congregação Mariana, na Igreja do Cristo Rei, em Fortaleza. Ali, entre orações e debates, começou a se formar o espírito inquieto e comprometido que o acompanharia por toda a vida.

Tito foi o último dos onze filhos de Laura Alencar Lima e Ildefonso Rodrigues de Lima, que já estavam com idade avançada quando ele nasceu, e cresceu entre o afeto, a simplicidade e os cuidados das irmãs mais velhas. O nome, forte e marcante como seria o Frei no futuro, foi herança de um tio: Tito Sobreira de Alencar.

Juventude e atuação no Ceará 

Aos 12 anos, Tito de Alencar Lima foi aprovado no Liceu do Ceará, um dos colégios mais importantes e efervescentes da vida intelectual, cultural e política do Estado, onde permaneceu de 1958 a 1963. Vindo do Colégio Tibúrcio Cavalcante, mergulhou num ambiente onde os jovens debatiam e se mobilizavam, período em que o movimento estudantil ganhava força, com pautas como a meia-entrada e outras lutas que ecoavam por todo o Ceará. 

Foi nesse cenário que Tito conheceu a Juventude Estudantil Católica (JEC), uma associação que unia fé e compromisso social. Apesar de já ter sido apresentado à doutrina social da Igreja, foi na JEC que ele aprofundou as leituras, os debates e iniciou um trabalho de articulação das bases.

Esse período da vida de Tito ainda é pouco documentado. Há lacunas nas pesquisas e poucas fontes disponíveis, mas entre recortes de jornais, documentos guardados por militantes e livros que circulavam entre os jovens da JEC, é possível vislumbrar um Tito adolescente, inquieto e comprometido. Rabiscos em margens de páginas, anotações em revistas e relatos preservados pela memória oral revelam um jovem afetuoso, brincalhão, estudioso e profundamente envolvido com as questões de seu tempo.  

Conversas com amigos de Tito revelaram cenas do cotidiano: jogos de futebol, piqueniques nas cidades cearenses de Maranguape e Baturité; encontros na praia de Iracema, em Fortaleza, para tocar violão e ouvir os discos de Maysa; almoços na casa dos colegas. Momentos de lazer que se entrelaçavam com uma intensa rotina de estudos e discussões políticas. Os livros circulavam entre os jovens como tesouros, pois eram inacessíveis a boa parte da população. 

Fortaleza, nesse tempo, desenhava uma cartografia de afetos e resistência. A Igreja do Rosário dos Pretos, no centro da cidade, era ponto de encontro quase diário dos jovens da JEC. Após as missas, eles se espalhavam pela Praça dos Leões, onde travavam debates sobre política nacional e internacional, literatura, avanços da ciência e viviam os flertes e confidências da juventude. Jaime Libério, amigo de Tito, chama esses encontros de “quebra-casca”, pois, embora parecessem espontâneos, faziam parte da estratégia de mobilização da JEC. 

Outros espaços também marcaram essa fase, como a Praça do Ferreira e a Praça da Bandeira também no centro de Fortaleza, locais em que ocorriam as grandes manifestações da época. Além desses, a escola de música Henrique Jorge ao lado do Parque das Crianças, a chácara da família Pontes no Monte Castelo e, mais tarde, a casa da família Arruda na Avenida Tristão Gonçalves faziam parte do roteiro para encontros. A praia de Iracema, com seu charme boêmio, era palco de encontros furtivos e conversas sobre a vida e descobertas musicais. O local era considerado o território da “juventude transviada” ou “dos rabos de burro”, como relembra Jaime Libério. 

Os piqueniques eram espaços privilegiados de sociabilidade dessa juventude, e mantinham uma dinâmica em que se revezavam os momentos de espiritualidade, estudos e lazer. Uma dinâmica que formou não apenas Tito, mas uma geração de cearenses que, ao longo da vida, mantiveram o compromisso com a transformação social. 

GALERIA

Carta denúncia. Frei Tito, março de 1970

Quando o golpe militar de 1964 ocorreu, Tito de Alencar já havia deixado Fortaleza. Vivendo em Recife, participava da coordenação colegiada regional da Juventude Estudantil Católica (JEC), enquanto terminava o científico (equivalente ao atual ensino médio). Mesmo jovem, já mostrava um forte senso de organização e compromisso com as causas sociais.  

Em 1966, comunicou à família o desejo de seguir a vida religiosa, ingressou na Ordem dos Dominicanos e partiu para o convento da Serra, em Belo Horizonte. No dia 10 de fevereiro de 1967, realizou sua profissão de fé na ordem dos pregadores, tornando-se Frei Tito. 

Dando continuidade à vida religiosa, Frei Tito mudou-se para o convento de Santo Alberto Magno, no bairro Perdizes, em São Paulo. Lá, formou laços profundos com outros dominicanos (Magno José Vilela, Ivo Lesbaupin, Oswaldo Rezende Júnior, Luiz Ratton Mascarenhas e Carlos Alberto Libânio Christo) que, como ele, seriam vozes importantes na luta pela democracia e pelos direitos humanos.  

Em 1969, Frei Tito ingressou no curso de Ciências Sociais na USP, fortalecendo ainda mais a atuação no movimento estudantil. Foi nesse mesmo ano que participou da organização do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em um sítio em Ibiúna (SP). A reunião foi interrompida por uma operação policial, e Tito foi um dos 719 estudantes detidos. 

A partir daí, passou a ser vigiado de perto pelo regime. Em novembro do mesmo ano, o Convento de Perdizes foi invadido durante a madrugada, e Frei Tito, junto a outros dominicanos, foi preso e acusado de envolvimento com ações terroristas. Levado ao Presídio Tiradentes, dividiu cela com outros presos políticos e foi torturado pela primeira vez. 

Em fevereiro de 1970, foi transferido pelo capitão Maurício Lopes Lima para a sede da Operação Bandeirantes (OBAN), que ficou conhecida como a “sucursal do inferno”, em razão das sessões brutais de tortura que lá ocorriam. Frei Tito sofreu com “pau de arara”, choques elétricos, queimaduras e várias outras agressões físicas e psicológicas, tudo para “quebrá-lo por dentro”. Os torturadores sabiam que a dor física passava, mas a ferida emocional jamais sararia.

Para escapar do sofrimento, Tito tentou tirar a própria vida. Após cortar uma artéria no braço, foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, depois ao Hospital Militar.

Lá, escreveu uma carta-denúncia sobre as violências sofridas, que chegou a ser enviada a várias instituições de direitos humanos no Brasil e no exterior. O documento tornou-se a primeira denúncia pública sobre a situação dos presos políticos no país.

Depoimento de Frei Tito, gravado no exílio no Chile em 1971, no qual ele relata as torturas sofridas durante a ditadura.

Mesmo sem estar totalmente recuperado, Frei Tito voltou à prisão, onde permaneceu até janeiro de 1971, quando foi libertado em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bücher, sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), numa estratégia para denunciar a repressão e garantir a libertação de presos políticos. Frei Tito resistiu à ideia de ser banido do Brasil, mas acabou cedendo em nome da luta coletiva. 

Partiu com outros 69 companheiros para o Chile, seguiu para Roma e, por fim, Paris. No exílio, a dor do desenraizamento se somou às marcas da tortura. As alucinações com seus algozes se tornaram frequentes, e o desejo de voltar à terra natal crescia. O banimento, para ele, era mais um capítulo da violência que o regime impôs. 

Na tentativa de encontrar paz e restabelecer a saúde mental, foi encaminhado ao convento de Sainte-Marie de la Tourette, no interior da França. Porém, o tormento o acompanhava, pois o capitão que o torturou havia se instalado em sua mente, e não havia refúgio possível. Por volta de 10 de agosto de 1974, Frei Tito pôs fim à sua dor: enforcou-se em um álamo, nos arredores de L’Arbresle. Entre seus pertences, os freis encontraram um bilhete com palavras que ainda ecoam: “é melhor morrer que perder a vida.”

Gilmar de Carvalho

   

A redemocratização do país se deu a passos lentos. Em 1979 o movimento pela anistia ganhava força e reunia diversos movimentos da sociedade, porém a expectativa dos que lutaram contra a ditadura foi frustrada com a aprovação da Lei da Anistia (6.683/79), que deixou impunes agentes públicos torturadores e assassinos.

O cartunista Henfil escreveu: “Está faltando ele, Frei Tito de Alencar Lima. Exilado num cemitério da França. Seu corpo clama por anistia. Que sua memória seja plantada na terra das palmeiras onde canta o sabiá” (Cartas da Mãe – Nov/1980). Em 12 de agosto de 1981, a família pediu à Ordem dos Dominicanos o retorno dos restos mortais de Tito: “Queremos a anistia do nosso irmão mesmo morto e ressuscitado.” O pedido foi atendido em março de 1983, quase dez anos após a morte dele.  

dEPOIMENTOS

O corpo do frei foi acolhido primeiro em São Paulo, e cerca de 4.000 pessoas se reuniram em uma celebração eucarística que também homenageou Alexandre Vannucchi, outro estudante assassinado pela ditadura. Somente na madrugada do dia 27 de março Frei Tito regressou à cidade natal, sendo recebido por uma multidão emocionada em uma celebração na catedral de Fortaleza.

Entre choro, cantos, poemas, orações e discursos, o cortejo fúnebre seguiu até o cemitério São João Batista, pela contramão, um gesto que, embora espontâneo, foi internalizado por muitos como uma última transgressão de Frei Tito de Alencar.

Seu corpo é semente. Assim escreveu o jornalista e pesquisador Gilmar de Carvalho em “Incelência para um frei insurreto”, poema escrito em homenagem póstuma, quando o corpo de Frei Tito finalmente retornou ao Brasil. 

Uma homenagem que não fala de fim, mas de começo, porque Tito, mesmo morto, germinou. Como toda semente, ele caiu na terra e ali, no solo da memória, começou a brotar. Sua história não se encerra com a morte. Ela se espalha, cresce, floresce em cada gesto de resistência, em cada voz que se recusa a calar. 

14 de setembro de 1945

Nasceu em Fortaleza Tito de Alencar Lima

 Nasceu em Fortaleza Tito de Alencar Lima
Tito aos 8 meses de idade. Acervo Museu do Ceará (SECULT/CE).
1958

Estudante do Liceu do Ceará, filiou-se a Juventude Estudantil Católica (JEC)

Estudante do Liceu do Ceará, filiou-se a Juventude Estudantil Católica (JEC)
Jornal O Povo, de 21 de fevereiro de 1958. Acervo BECE. 
1963

Assumiu a direção da JEC-Nordeste e mudou-se para Recife

Assumiu a direção da JEC-Nordeste e mudou-se para Recife
Certificado de conclusão de curso colegial no Colégio Estadual de Pernambuco. Acervo Museu do Ceará (SECULT/CE).
01 de abril de 1964

Golpe Civil-Militar destituiu o Presidente João Goulart

Golpe Civil-Militar destituiu o Presidente João Goulart
Brasília sitiada. Acervo Agência Senado.
1966

Ingresso de Tito na Ordem dos Dominicanos, em Belo Horizonte

Ingresso de Tito na Ordem dos Dominicanos, em Belo Horizonte
Convento da Serra, em Belo Horizonte. Tito é o número 05. Fonte: LENIDE-PLON; L.; MEIRELES, C., 2014, p .216.   
Janeiro de 1967

Assinada a Constituição de 1967: além de várias modificações, fortalece o Poder Executivo

Assinada a Constituição de 1967: além de várias modificações, fortalece o Poder Executivo
Jornal Correio da Manhã, de 24 de janeiro de 1967. Fonte BNDigital.
1967

Ingressou no Convento dos Dominicanos em Perdizes (SP)

Ingressou no Convento dos Dominicanos em Perdizes (SP)
Convento de Perdizes. Fonte: LENIDE-PLON; L.; MEIRELES, C., 2014, p .218.
26 de junho de 1968

Passeata dos Cem Mil: grande ato no Rio de Janeiro contra a ditadura civil-militar

Passeata dos Cem Mil: grande ato no Rio de Janeiro contra a ditadura civil-militar
Fonte Instituto Moreira Salles.
12 de outubro de 1968

30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP)

30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP)
Frei Tito foi um dos 719 estudantes detidos. Fonte: Folha de São Paulo, 13 de outubro de 1968.
13 de dezembro de 1968

O Ato Institucional n° 05 amplia o poder dos militares

O Ato Institucional n° 05 amplia o poder dos militares
Regime Militar fecha o Congresso Nacional e restringe ainda mais atuação do Judiciário e do Ministério Público. Jornal da Manhã, 14 de setembro de 1968. Fonte: BNDigital. 
1969

Iniciou o curso de Ciências Sociais na USP

Iniciou o curso de Ciências Sociais na USP
Diploma póstumo de graduado em Ciências Sociais. Acervo família Alencar Lima. 
05 de setembro de 1969

O Ato institucional Nº 13

O Ato institucional Nº 13
Autoriza o banimento de opositores considerados perigosos ao regime. Fonte Arquivo Nacional.
04 de novembro de 1969

Invasão do convento dos Dominicanos em São Paulo (Operação Batina Branca)

Invasão do convento dos Dominicanos em São Paulo (Operação Batina Branca)
Os freis Tito, Giorgio e Ivo foram presos. O Globo, 07 de novembro de 1969.
Fevereiro de 1970

Vítima de tortura, tentou suicídio em sua cela

 Vítima de tortura, tentou suicídio em sua cela
Exame clínico realizado em Frei Tito de Alencar, em 27 de fevereiro de 1970, constatou as marcas das torturas sofridas durante sua prisão. Acervo Arquivo Nacional. 
Fevereiro de 1970

Escreve carta-denúncia

Escreve carta-denúncia
Documento relata as torturas sofridas e foi enviada para várias organizações mundiais ligadas aos Direitos Humanos. Acervo Comissão Nacional da Verdade.
17 a 25 de maio de 1970

11ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condena atos de tortura

11ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condena atos de tortura
Fonte Memorial da Democracia. 
13 de janeiro de 1971

Banido seguiu para o Chile com outros 69 presos políticos

Banido seguiu para o Chile com outros 69 presos políticos
Carteira de estudante expedida durante a breve passagem por Santiago, Chile. Acervo Museu do Ceará (SECULT/CE).
Fevereiro de 1971

Chegou a Paris, onde retomou os estudos na Universidade de Sorbonne

Chegou a Paris, onde retomou os estudos na Universidade de Sorbonne
Freis Tito de Alencar, Magno Vilela e Giorgio Callegari em Paris, inverno de 1971. Acervo família Alencar Lima.
02 de agosto de 1972

A Anistia Internacional divulgou nomes de torturadores

A Anistia Internacional divulgou nomes de torturadores
Relatório divulgou o nome de 472 torturadores e de centenas de torturados no Brasil. Fonte Anistia Internacional. 
23 de fevereiro de 1973

Enquadrado na Lei de Segurança Nacional

Enquadrado na Lei de Segurança Nacional
Mesmo exilado, Frei Tito foi condenado a um ano e meio de reclusão. Fonte Arquivo Nacional. 
Junho de 1973

Mudou-se para o convento dominicano de Saint Marie de la Tourette, em Eveux, na França

Mudou-se para o convento dominicano de Saint Marie de la Tourette, em Eveux, na França
Convento de Saint Marie de la Tourette. Fonte: Acervo da família Alencar Lima. 
10 de agosto de 1974

Faleceu aos 29 anos, no exílio na França, em decorrência dos traumas psicológicos causados pelas torturas sofridas

Faleceu aos 29 anos, no exílio na França, em decorrência dos traumas psicológicos causados pelas torturas sofridas
Fotografia do túmulo de Frei Tito de Alencar na França. Autor: Antônio Euclides Vega de Pitombeira e Nogueira Holanda.    
1976

Criação do Movimento Feminino Pela Anistia no Ceará

Criação do Movimento Feminino Pela Anistia no Ceará
Jornal Mutirão de março de 1979. Número sobre a instalação do Comitê Brasileiro pela Anistia – Ceará.
26 de março de 1983

Corpo de Frei Tito retornou ao Brasil

Corpo de Frei Tito retornou ao Brasil
Após missa em São Paulo, corpo foi levado à Fortaleza e sepultado no Cemitério São João Batista. Acervo família Alencar Lima.
05 de outubro 1988

Promulgação da Constituição Cidadã

Promulgação da Constituição Cidadã
Registro da promulgação da Constituição Federal de 1988. Fonte Memorial da Democracia.
Maio de 1995

Criação da Associação Brasileira de Anistiados Políticos – ABAP

Criação da Associação Brasileira de Anistiados Políticos - ABAP
Logomarca da ABAP. Fonte anistiapolitica.org.br 
Junho de 2000

Inauguração do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA)

Inauguração do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA)
Placa do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar.
28 de fevereiro de 2002

Inauguração do Memorial Frei Tito de Alencar, no Museu do Ceará

Inauguração do Memorial Frei Tito de Alencar, no Museu do Ceará
Primeiro espaço museal dedicado à memória das vítimas da Ditadura Civil-Militar. Acervo Museu do Ceará (SECULT/CE).
10 de agosto de 2004

Frei Tito é reconhecido como vítima da Ditadura Civil-Militar

Frei Tito é reconhecido como vítima da Ditadura Civil-Militar
Folha de São Paulo, 11 de agosto de 2004. Fonte Acervo Folha de São Paulo.
18 de novembro de 2011

A Lei 12.528 criou a Comissão Nacional da Verdade (CNV)

A Lei 12.528 criou a Comissão Nacional da Verdade (CNV)
Logomarca da Comissão Nacional da Verdade. 
16 de julho 2013

Criação da Comissão da Verdade da UFC e da UECE

Criação da Comissão da Verdade da UFC e da UECE
Portaria de Criação da Comissão da Verdade das Universidades Cearenses (UFC e UECE).
04 de fevereiro de 2016

O MPF apresentou denúncia de lesão corporal grave sofridas por Frei Tito

O MPF apresentou denúncia de lesão corporal grave sofridas por Frei Tito
Livro Crimes da Ditadura Militar. Fonte: MPF, 2017. 
24 de setembro de 2021

Aprovada em São Paulo a lei que modifica o nome da Rua Sergio Fleury para Rua Frei Tito de Alencar Lima

Aprovada em São Paulo a lei que modifica o nome da Rua Sergio Fleury para Rua Frei Tito de Alencar Lima
Fotografia da placa da rua Frei Tito de Alencar Lima. Fonte: Diário do Nordeste, 05 de agosto de 2022. 
26 de agosto de 2024

Tito recebeu diploma de graduação em Ciências Sociais da USP

Tito recebeu diploma de graduação em Ciências Sociais da USP
Divulgação da cerimônia de diplomação póstuma dos estudantes mortos pela ditadura. Fonte Jornal da USP
30 de janeiro de 2025

Casa em que Frei Tido nasceu foi tombada como patrimônio cultural de Fortaleza

Casa em que Frei Tido nasceu foi tombada como patrimônio cultural de Fortaleza
Casa em que Frei Tito nasceu. Acervo família Alencar Lima. 
15 de setembro de 2025

Abertura da exposição “80 anos de Frei Tito de Alencar: Memória e Justiça” no Espaço Cultural do MP do Ceará.

Abertura da exposição “80 anos de Frei Tito de Alencar: Memória e Justiça” no Espaço Cultural do MP do Ceará.
Lançamento da exposição 80 anos de Frei Tito: Memória e justiça.

EXPEDIENTE

Textos e pesquisa histórica: Lucas Pinheiro, Lígia Holanda e Alisson Freitas.
Edição de textos: Reginaldo Aguiar e Rosana Roseo
Design: Gabriel Barros
Diagramação: Emanoel Oliveira
Audiovisual: Marco da Escóssia, Dário Rocha, Gabriel Ribeiro e Maria Clara Lopes dos Santos
Estagiários de História: Laura Freitas e Elton Miranda
Documentos, fotos e objetos pessoais: Família Alencar Lima e Museu do Ceará – Secretaria da Cultura do Estado.

Desde então, muitos se organizaram para manter viva sua história:  

  • Movimento pró-mudanças Frei Tito de Alencar Lima: criado em agosto de 1985, aglutinou pessoas oriundas de diversos partidos e movimentos sociais em torno do avanço democrático, da defesa de uma candidatura capaz de fazer frente às oligarquias políticas remanescentes do período ditatorial e lutar por uma Assembleia Nacional Constituinte.
  • Espaço Cultural Frei Tito de Alencar (ESCUTA): fundado na década de 1980 por jovens, religiosos e militantes no bairro Pici, Fortaleza, é uma organização de base que promove educação não formal, cultura popular, formação de liderança e arte como instrumentos de emancipação social. Saiba mais em: Instagram 
  • Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA): órgão permanente de promoção à cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Saiba mais em: Site 
  • Agência de Informação Frei Tito para a América Latina (ADITAL): criada em Fortaleza em 2000, atuou como um veículo de comunicação alternativa voltado para dar visibilidade a temas ligados aos direitos humanos, justiça social e experiências populares na América Latina. Seu objetivo era fortalecer a integração latino-americana e democratizar a informação, divulgando pautas frequentemente marginalizadas pela grande mídia, até o encerramento de suas atividades em 2016. Saiba mais em: Site 
  • Memorial Frei Tito (Museu do Ceará): inaugurado em 2002 no Museu do Ceará, em Fortaleza, o espaço buscava, através da trajetória de vida do Frei Tito de Alencar, provocar reflexões sobre a repressão política e o futuro da democracia.  

Mais do que nomes de iniciativas, a memória de Frei Tito permanece ativa no nosso cotidiano: espetáculos, publicações, homenagens e a mobilização para o tombamento da casa onde nasceu, testemunham a força e a continuidade de sua luta.

Diante da grandeza de Frei Tito, o Ministério Público do Estado do Ceará celebra seus 80 anos com uma exposição que reafirma o compromisso com a memória e os direitos humanos. 

Serviço:
Exposição “80 anos de Frei Tito: Memória e Justiça”
Visitação: 
Segunda a sexta-feira, 8h às 17h, até 20 de dezembro
Local: Espaço Cultural do MPCE (Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, nº 130, Cambeba, Fortaleza)
Para visitas de grupos com mais de 10 pessoas, é necessário agendamento prévio.
Contatos para agendamento: memorial@mpce.mp.br e (85) 3452-3731
Aberta ao público