A manhã desta quarta-feira (19) foi de celebração para a comunidade da Barra do Ceará: o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) reinaugurou mais um Núcleo de Mediação Comunitária, que hoje conta com uma equipe de 13 mediadores voluntários atendendo às demandas dos moradores da Barra e adjacências. A unidade, que existe desde 2010 e passou por um período de inatividade e reforma, já realizou mais de oito mil atendimentos, contribuindo de forma direta para desafogar as demandas junto ao Poder Judiciário.
Para a coordenadora do Programa dos Núcleos de Mediação Comunitária, a promotora de Justiça Iertes Gondim, a reinauguração só foi possível graças a contribuição de diversos parceiros. “Estamos renascendo e só estamos comemorando essa vitória hoje porque contamos com o apoio de muita gente e uma equipe maravilhosa. Não foi fácil, encontramos dificuldades pra conseguir fazer uma reforma no espaço, e até a proprietária desta casa deu a sua contribuição doando a mão de obra, por isso, ela é uma das nossas homenageadas”, comemorou. A dona do imóvel alugado para acolher o Programa, Emilene Pinto, é uma empreendedora do bairro e foi agraciada durante o evento com a medalha “Amigo Comunitário”.
Segundo o assessor de Políticas Institucionais da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), o promotor de Justiça João de Deus Duarte, a reabertura do Núcleo na Barra do Ceará faz parte da política de fortalecimento do Programa de Mediação em todo o Estado, executada na gestão do procurador-geral de Justiça Plácido Barroso Rios. “Esse programa é pioneiro no Brasil e já foi visitado por Ministros da Justiça e autoridades internacionais porque é um grande exemplo. Depois de anos de muita dedicação, tivemos uma interrupção, mas agora nessa nova gestão da PGJ temos o objetivo de resgatar, reestruturar a mediação comunitária no MP. E a essência, o coração do programa são os mediadores, que fazem uma diferença real na vida de muitas pessoas. Temos a perspectiva de fortalecer e valorizar cada vez mais esse programa para que a mediação continue dando essa contribuição fabulosa à sociedade”, reforçou ele.
“Mediar é promover a paz, eliminar as controvérsias. E ações como essa faz com que o Ministério Público efetivamente cumpra a sua missão que é a defesa dos interesses difusos, coletivos, individuais e homogêneos. A mediação é uma fonte alternativa de distribuição da justiça. E o mediador não impõe nada, ele ouve e tenta exaurir todas as questões entre as partes para, então, chegar a uma conclusão possível e sem o dogmatismo da justiça formal”, pondera a controladora-geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), Socorro França, que também é uma das fundadoras do Programa de Mediação no Estado.
A assessora do programa de Mediação, Jucileide Cronemberger, considera que os impactos positivos do programa ao longo da sua história são incalculáveis. “Os mediadores dedicam-se não só a atender da melhor forma a todos, mas também participam de formações e capacitações para aprimorar os conhecimentos. Os Núcleos são verdadeiramente ‘casas de acolhimento’, pois as pessoas vêm com seus conflitos, suas frustrações, angústias e sofrimentos e encontram um espaço para ser bem recebido e ouvido”, declarou emocionada.
Edmilson Maia, supervisor do Núcleo recém-inaugurado, já atua como mediador comunitário desde 2012 e afirma que esta atividade contribuiu para seu desenvolvimento pessoal. “O nosso trabalho é muito gratificante porque recebemos muitos depoimentos marcantes de mudanças na vida das pessoas. Além disso, eu cresci, mudei muito a minha forma de pensar, deixei pelo caminho muitos preconceitos, pois você passa a conhecer a vida das pessoas e a compreender melhor seus contextos”, disse ele.
O promotor de Justiça Saulo Moreira, gerente do Programa dos Núcleos de Mediação do MPCE, destaca que existem possibilidades de parcerias para expandir a sua atuação em municípios do interior do Estado. Também prestigiaram o evento a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Barra do Ceará, Cristiane Oliveira, e a coordenadora diocesana da Pastoral da Pessoa Idosa, Verônica Sousa.