CAOCidadania participa de Seminário de Articulação da Rede de Enfrentamento às Situações de Racismo


Seminário sobre Igualdade RacialO coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (CAOCidadania) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), promotor de Justiça Hugo Porto, participou, na última segunda-feira (10/10) do Seminário de Articulação da Rede de Enfrentamento às Situações de Racismo. O encontro, organizado pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial (CEPIRR), vinculada ao Gabinete do Governador, aconteceu no auditório da Secretaria da Justiça do Estado (Sejus) e teve como objetivo contribuir para a formação de uma rede de enfrentamento ao racismo no Ceará.

Segundo Hugo Porto, o MPCE já realizou uma audiência pública para estabelecer um diálogo com os movimentos que atuam nesta área e estimular a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, em Fortaleza, com funcionamento semelhante ao Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (COEPIR), criado em janeiro de 2016. O coordenador destaca ainda a possibilidade de expandir a rede para as Comarcas no Interior do Estado.

“Como guardião do regime democrático, o Ministério Público é um ator essencial dessa rede para fiscalizar, apurar e acompanhar as denúncias. Por isso, é importante criar um canal que receba esse fluxo de denúncias, ouvir os movimentos que atuam nessa seara e, em parceria com o Sistema de Justiça, oferecer um atendimento em todo o Estado do Ceará, quem sabe até através da Internet”, explica o promotor de Justiça.

O representante do MPCE destaca que, atualmente, a maior parte dos casos denunciados ocorreram na Capital ou na região do Cariri e tratam de violações institucionais. “As reclamações são geradas, na maioria das vezes, por ações dos entes públicos em escolas, universidades ou pela própria polícia. Recebemos relatos de racismo e violência no momento da abordagem policial e de situações de maus tratos em ações truculentas em supermercados e shoppings, em especial com relação aos moradores de rua”, exemplifica.

Por isso, ele destaca a importância de haver uma rede de proteção e atendimento ao cidadão contra o racismo e preconceito. “Acredito que uma das principais vantagens dessa rede é possibilitar uma agilidade para registrar e apurar a denúncia de quem sofre uma situação de racismo ou preconceito étnico, podendo inclusive se estender para qualquer tipo de preconceito, pelo fato de termos hoje, à disposição diversos mecanismos de comunicação digitais. Assim, o MPCE terá mais uma forma de tomar conhecimento dos atos de racismo e acompanhar”, reforça Hugo Porto.

Durante o seminário, a professora e historiadora Ana Rita Marcelo de Castro, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), apresentou diversas abordagens para situações de enfrentamento ao racismo no Brasil, em especial as experiências de Goiás e Bahia. “É importante aprendermos com a experiência dos outros, mas devemos criar nosso próprio modelo até porque as origens e referenciais étnicos variam em cada Estado, no nosso caso, incluindo não só a população negra, mas também indígena”, disse o coordenador do CAOCidadania.

Também participaram do evento representantes de instituições públicas e da sociedade civil que atuam na promoção da igualdade racial: Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (COEPIR), Juventude Negra Kalunga, Rede Nacional de Religiões Afrobrasileiras do Ceará, Instituto Negra do Ceará e Núcleo das Africanidades Cearenses da Universidade Federal do Ceará.

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