Procuradores de Justiça Francisco Marques Lima e Laércio Martins de Andrade são homenageados


13.06.19.Homenagem.sOs procuradores de Justiça Francisco Marques Lima e Laércio Martins de Andrade foram homenageados, durante a Sessão Ordinária da Secretaria-Executiva das Procuradorias de Justiça Criminais, presidida, na manhã desta quinta-feira (13), pelo procurador de Justiça José Maurício Carneiro. As homenagens foram rendidas em razão do anúncio de suas aposentadorias, após décadas de serviços prestados ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e, sobretudo, à população cearense.

Por iniciativa dos procuradores de Justiça Eulério Soares Cavalcante Júnior e Alcides Jorge Evangelista de Oliveira, foi colocada em pauta a referida homenagem, bem como a necessidade da instituição considerar a cultura de prestigiar a quem prestou serviços à sociedade, quando da chegada do final da carreira. “A experiência, o conhecimento e a construção de uma rede de relacionamentos são tão importantes quanto a força de trabalho durante a juventude”, justificou Eulério Júnior ao propor a criação de uma sala na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, com o apoio da Associação Cearense do Ministério Público (ACMP) e da Associação dos Servidores do Ministério Público do Estado do Ceará (ASSEMPECE) destinada ao atendimento de membros e servidores aposentados, bem como de seus pensionistas.

Em seguida, Eulério Júnior parabenizou a coragem de Francisco Marques e de Laércio Martins em decidirem pela mudança de seus respectivos ciclos de vida. “Obrigado por tudo o que fizeram pela Instituição”, agradeceu. Presente à sessão, Francisco Marques recebeu uma placa de agradecimento das mãos de Eulério Júnior e de Alcides Jorge. Laércio Martins pediu para justificar sua ausência por estar em viagem e foi representado pelo servidor de seu gabinete, Augusto Ribeiro, cuja placa foi entregue pela procuradora de Justiça Socorro Brito Guimarães.

Facultada a palavra para os demais procuradores de Justiça presentes à reunião, Nádia Maia recordou que dividia as angústias do dia a dia da área penal com Marques e por ser professor, este teve um olhar cuidadoso e afetuoso quando de sua chegada pelas pequenas delicadezas do cotidiano. “Desejo que siga se encantando com os afetos. Que esse novo momento seja repleto de amor”, disse.

O procurador de Justiça Pinheiro de Freitas lembrou de quando funcionou como secretário-geral e sugeriu à então procuradora-geral de Justiça, Socorro França, que a PGJ deveria ter um departamento que cuidasse dos aposentados “para dar suporte ao colega que precisa, bem como aos pensionistas. É um modo mínimo de respeito à dedicação do colega”, observou. Quanto à aposentadoria de Marques, afirmou que deixará muita saudade “particularmente a mim, porque ele tem minha irrestrita admiração”, pontuou.

Por sua vez, Alcides Jorge elogiou os valores tanto de Marques quanto de Laércio. “Não podemos negar. Ambos são muito amáveis e foram brilhantes como tribunos do júri. Peço desculpas por alguma indelicadeza por alguma dialética em nosso convívio. Este é um momento importante. Laércio Martins tem como características a simplicidade, a modéstia e a discrição. Desejo a ambos saúde e felicidade em seus novos projetos de vida”, almejou.

O procurador de Justiça Iran Sírio também considerou que o Ministério Público defende a dignidade da pessoa humana, mas muitas vezes esquece a dos próprios colegas no momento de mais vulnerabilidade. “É preciso repensar um programa de apoio ao aposentado do MPCE. Não tenho a menor dúvida de que o MPCE amanheceu mais pobre com as aposentadorias dos dois colegas”, declarou, ao expressar o reconhecimento por todo o trabalho desempenhado por eles. “Como disse São Paulo, os senhores combateram o bom combate. Que Deus os abençoe”, desejou.

Emocionada, a procuradora de Justiça Luzanira Formiga mencionou que Marques e Laércio são colegas de grande estima para ela. “Somos contemporâneos do mesmo concurso e Laércio me tranquilizou na última etapa do certame e, depois de atuarmos em várias comarcas, fomos juntos promovidos para o cargo de Procurador de Justiça. Outro baque foi a aposentadoria de Marques. É muito difícil saber que não teremos a convivência diária com o colega”, revelou. Ela disse sentir muito a falta de suas capacidades e discernimentos. “Falar sobre o profissionalismo de ambos é desnecessário. O lado humano estará em nossas lembranças. Não esqueçam o caminho da PGJ”, pediu.

Por seu turno, a procuradora de Justiça Lúcia Gurgel também pactuou com a preocupação dos demais sobre as dificuldades da instituição em receber os colegas aposentados. “Este é um assunto muito importante e oportuno de se trazer à baila. Não podemos deixar esse assunto ser esquecido. Devemos fazer uma proposta ao Colégio de Procuradores de Justiça”, sugeriu. Ela também agradeceu e desejou boa sorte aos colegas aposentados. Da mesma forma, Maria José Marinho destacou que Marques e Laércio vão deixar saudades. “Eles vão iniciar outro ciclo e a aposentadoria é um fato que vai acontecer conosco e precisamos estar preparados para a tomada de decisão. A amizade e o afeto continuam”, ressaltou.

Amigo pessoal e de trabalho de Marques, Sávio Amorim também agradeceu a atenção despendida para com ele. Quanto ao cuidado com os aposentados, Amorim tomou como exemplo cultural a ser seguido o da Polícia Militar. “Lá, é incutido aos mais novos que, se tiverem a sorte de chegarem ao fim da carreira também precisarão desta atenção”, observou.

Para a procuradora de Justiça Socorro Brito, o Dr. Marques registrou na história do nosso Ministério Público sua marcante trajetória de dedicação institucional. “Não poderia deixar de mencionar o Dr. Laércio Martins de Andrade, de todos nós conhecido carinhosamente como ‘LM de Andrade’, outro valoroso colega, que sempre demonstrou forte presença de espírito e o seu habitual e destacado senso de humor que a todos encanta. Desejando, assim, aos dois homenageados, muito boa sorte e que vivam essa nova fase da maturidade com a leveza que a vida requer”, salientou.

Como decano e presidente da sessão, o procurador de Justiça Maurício Carneiro ponderou que todos temos que ter consciência de que a vida tem segmentos a serem vividos e superados com tranquilidade. “Quero crer que Marques e Laércio ingressaram nesta instituição com altivez e saíram de cabeça erguida pelo trabalho profícuo e bem realizado”, asseverou.

Último a se pronunciar, Francisco Marques declarou ter refletido muito de modo que sua decisão, embora parecesse prematura, não foi açodada, por ser muito pessoal. “Cheguei ao momento de buscar noutras paragens o vigor da vida. Pretendo escrever sobre os episódios mais marcantes durante o tempo que estive na ativa. Funcionei em 1.343 sessões do Júri e me deparei com a conclusão de que o Ministério Público passa a fazer mais parte da nossa vida do que nossa própria família. Foram 35 anos de Ministério Público e de gratidão, porque vocês forma responsáveis pelos melhores momentos da minha vida e são muitos os episódios”, disse, mostrando-se emocionado.

Para ele, aposentadoria não é sinônimo de epitáfio. Portanto, não está escrevendo “aqui jaz”, mas “aqui estou”. “Tenho 43 anos de casado e tenho consciência de que minha labuta deixou minha família desassistida. Não consultei a ninguém, senão ao meu coração e gostaria de personalizar minha participação nas pessoas de meus assessores Igor e Daniela, esta trabalhando há mais de 12 anos, sem os quais nada de sucesso teria acontecido, porque são de uma entrega e dedicação incríveis. Também agradeço à Janine Klein e ao César Wagner que foram fantásticos”, agradeceu.

Secretaria de Comunicação

Ministério Público do Estado do Ceará

E-mail: imprensa@mpce.mp.br