As melhores peças jornalísticas que abordam a atuação do Ministério Público do Ceará (MPCE) foram premiadas na noite desta quinta-feira (12), em evento que contou com a palestra do jornalista investigativo Caco Barcellos. A 1ª Edição do Prêmio MPCE de Jornalismo contou com a participação de 60 trabalhos nas categorias: impresso, telejornalismo, radiojornalismo, webjornalismo, fotojornalismo e acadêmico.
O procurador-geral de Justiça Plácido Rios abriu o evento agradecendo à imprensa cearense pela divulgação dos atos ministeriais de interesse público. Segundo ele, a premiação encerra da melhor forma os quatro anos de sua gestão à frente do MPCE. “Não há reconhecimento melhor para qualquer instituição do que o da própria sociedade e da imprensa. E temos recebido esta credibilidade por meio da divulgação dos resultados positivos do Ceará na área da Segurança Pública. Conseguimos, com uma grande união de todas as instituições, o incremento da segurança pública no Estado, diminuindo de forma significativa os índices de criminalidade. E o nosso interesse maior é de atuar sempre em prol do povo do Estado do Ceará”, afirma. Ele parabenizou ainda a Assessoria de Comunicação do MPCE pelo trabalho desenvolvido e pela organização do evento.
Um público formado por cerca de 200 profissionais e estudantes da área de comunicação, além de membros e servidores do MPCE assistiu à palestra do jornalista investigativo Caco Barcellos, que detalhou aspectos do dia a dia do fazer jornalístico. “A gente tem o dever de estar próximo do acontecimento. Temos como premissa mostrar os bastidores da notícia, porque precisamos dizer para os telespectadores ‘olha, estamos aqui’. A nossa pauta é a pauta que está nas ruas. O que o povo está pedindo lá? Então, vamos para as ruas”, defende.
Vencedores
O jornalista Messias Borges, do jornal Diário do Nordeste, conquistou o primeiro lugar na categoria jornalismo impresso com a reportagem Dr. Assédio. “É uma felicidade muito grande receber esse prêmio inédito que coroa o trabalho de uma equipe em um assunto muito relevante, que foi a cobertura dos casos de crimes sexuais que ocorrem há décadas em Cruz e Uruburetama e que eram encobertos. Espero que tenhamos agora uma solução de um problema que traumatiza dezenas de mulheres no Ceará”, disse Messias.
Suzy Costa, editora do Núcleo da Globo na Verdes Mares esteve presente para receber o prêmio no lugar do jornalista Alessandro Torres, que conquistou a primeira colocação na categoria telejornalismo. “A reportagem premiada foi feita em uma parceria do Núcleo Globo, no Ceará, com a produção do Fantástico no Rio e em São Paulo. Quem levantou os dados da matéria foi o Alessandro Torres numa produção de três semanas em cima do tema. Foi um trabalho conjunto da redação”, pontuou a editora.
A vencedora da categoria de radiojornalismo, da Rádio FM Dom Bosco, Roberta Rocha Farias, conquistou o primeiro lugar com a reportagem Filhos do coração, que aborda o projeto do MPCE Anjos da Adoção, que incentiva mulheres que optam por não prosseguir com a maternidade a fazerem a entrega legal. “Quando eu soube desse projeto, foi uma alegria muito grande para mim porque é uma coisa que o Ministério Público oferece e acaba se reduzindo mesmo a mortalidade infantil, o aborto, que é um tema bem complexo hoje em dia. Então fiquei muito feliz em fazer parte e em vários depoimentos a gente ficou bem emocionado”, narra.
William Santos, co-autor e editor da série de reportagens “O Direito à Defesa”, do Portal Diário do Nordeste Online, foi o melhor trabalho de webjornalismo. Segundo ele, a reportagem exigiu um planejamento diferente desde o início, pois já foi pensado para o meio virtual. “O que costura a série é uma discussão sobre direito à defesa, que ainda é negado a muita gente, e quais são os desafios e os papéis de instituições como o Ministério Público, a Defensoria, as Prefeituras, nessa luta por garantias”, explicou o editor.
A estudante Laís Oliveira, uma das ganhadoras na categoria Acadêmico com a reportagem “Serviluz que permanece” falou que um dos momentos mais marcantes no processo de apuração aconteceu no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), quando os moradores do Serviluz reivindicaram pelos seus direitos de permanecer no local onde nasceram e trabalham. “Saber que a gente registrou isso e participou disso é muito importante para reconhecer a relevância social do trabalho que a gente fez”, comemora.
Já o fotógrafo Raimundo Nonato, do Diário do Nordeste, foi premiado com a foto Recomeçar, que mostra a apuração por trás da tragédia do Edifício Andrea. “Eu participei do processo de busca das vítimas. Estava envolvido no trabalho com os bombeiros e voluntários e com minha câmera no bolso. Na hora que eu vi aquele momento do bombeiro com a voluntária chorando recebendo a rosa, aquilo me marcou muito”, conta.
Confira a seguir todos os vencedores em cada categoria:
Jornalismo impresso
1º lugar: Messias Vasconcelos Borges, com a reportagem “Dr. Assédio”, do jornal Diário do Nordeste;
2º lugar: Carlos Eduardo Pereira Freitas, com a reportagem “Entre o Dever e o Crime”, do jornal Diário do Nordeste;
3º lugar: Cláudio dos Santos Ribeiro, com a reportagem “Presos no Ceará ‘compram’ contas bancárias para uso em golpes telefônicos”, do jornal O Povo.
Telejornalismo
1º lugar: Alessandro Manso Torres, com a reportagem “’Dona da Cadeia’ comandava central de golpes”, da TV Globo;
2º lugar: Aline de Oliveira Lima, com a reportagem “Quando o amor vira dor”, da TV Verdes Mares;
3º lugar: Cibele Fabrícia Couto Carvalho, representante da reportagem “Desafios para um envelhecimento cidadão”, da TV Assembleia.
Radiojornalismo
1º lugar: Roberta Rocha de Sousa Farias, com a reportagem “Filhos do coração”, da Rádio FM Dom Bosco;
2º lugar: Jackson de Moura Oliveira, com a reportagem “Torcida pela paz: os efeitos da venda de bebidas alcoólicas em estádio de futebol”, da Rádio Tribuna Band News;
3º lugar: Lauriberto Carneiro Braga, com a reportagem “Atuação do MPCE na defesa dos direitos sociais”, da Fortaleza FM 90.7.
Webjornalismo
1º lugar: Jéssima Welma de Assis Gonçalves, com a série de reportagens “O Direito à Defesa”, do Portal Diário do Nordeste Online;
2º lugar: Rafael Luís Azevedo, representante da reportagem “Futebol para todos”, do site Verminosos por Futebol;
3º lugar: Bruno de Castro Brito, representante da reportagem “Vidas negras importam”, do Portal Ceará Crioulo.
Fotojornalismo
1º lugar: Raimundo Nonato Duarte Rodrigues, autor do trabalho “Recomeçar”, do jornal Diário do Nordeste;
2º lugar: Camila Façanha da Costa Lima, autora do trabalho “Esperança – Uma luz no fim dos escombros”, do jornal Diário do Nordeste;
3º lugar: Fábio Procópio Lima, autor do trabalho “Tragédia anunciada”, do jornal O Povo.
Acadêmico
1º lugar: Januele Cavalcante Pinheiro Melo, representante do trabalho “Serviluz que permanece”, da UFC;
2º lugar: Luana Érica dos Santos Ribeiro, representante do trabalho “Suicídio: Projeto Vidas Preservadas desenvolve ações em defesa da vida”, do Uni7;
3º lugar: Davi César Batista Soares, representante do trabalho “Se essa cidade fosse minha”, da UFC.
Sobre o Prêmio
O Prêmio MPCE de Jornalismo é uma iniciativa da Assessoria de Comunicação do MPCE e tem o objetivo de fortalecer a relação entre o órgão e a imprensa local, além de valorizar a atuação de jornalistas, repórteres cinematográficos, repórteres fotográficos e estudantes de Jornalismo na difusão de informações de interesse público de forma ética e imparcial.
A comenda também tem a finalidade de incentivar o debate público, através dos meios de comunicação social, sobre a fiscalização da lei, a promoção dos direitos coletivos e individuais indisponíveis, e a indução de políticas públicas, pilares constitucionais do Ministério Público Brasileiro.
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