Workshop promovido pelo MPCE alerta que mulheres são mais vulneráveis ao tráfico de pessoas


04.05.18.WorkshopFortaleza está entre as capitais com maior número de vítimas do tráfico internacional. E buscar formas de fortalecer a atuação do Ministério Público brasileiro nesta problemática foi o objetivo do workshop promovido pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), na Escola Superior (ESMP), na manhã desta sexta-feira (04/05). Aconteceram três painéis sobre o tema: Tráfico de pessoas: uma questão de gênero; Tráfico de pessoas e usurpação da dignidade; e Atuação da Polícia Federal no Combate ao Tráfico de Pessoas. O promotor de justiça Hugo Porto, que integrou a mesa de abertura do evento, chamou a atenção para a necessidade das instituições públicas trabalharem de forma integrada para o enfrentamento ao crime.

A procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Nilce Cunha Rodrigues, destacou que as desigualdades de gênero têm repercussões econômicas e sociais que tornam as mulheres mais vulneráveis ao tráfico de pessoas. Como resultado das desigualdades de gênero, as mulheres são mais afetadas pela pobreza e, consequentemente, pela falta de acesso a trabalho, moradia e alimentação. “O tráfico de pessoas só existe onde há desigualdades sociais e a situação de vulnerabilidade torna mais fácil que uma pessoa seja aliciada”, concluiu a procuradora.

Segundo o juiz federal Danilo Fontenele, quem é aliciado costuma ter vergonha de denunciar o crime quando consegue retornar ao país de origem. O receio da vítima em sofrer discriminação, aliado ao fato dos criminosos atuarem em células, sem conhecerem todos os integrantes do grupo, torna difícil o combate ao tráfico. Como consequência, ressaltou Nilce Cunha, há uma subnotificação dos casos. “Consideramos sempre que o número de vítimas é bem superior ao que apontam as pesquisas”, disse.

O evento faz parte da “Ação Nacional de Promoção da Igualdade”, projeto do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que prevê a atuação do Ministério Público na prevenção e no combate ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo e contou com a colaboração dos Centros de Apoio Operacional Criminal (CAOCRIM) e da Cidadania (CAOCidadania) do MPCE e do Ministério Público Federal (MPF).

Com informações do MPF/Ascom.

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