A Casa de Adolfo Caminha, em Aracati, recebeu uma edição especial do Clube de Leitura do Ministério Público do Ceará na noite desta quarta-feira (04/06). No local, onde Caminha nasceu e morou durante a infância, membros e servidores do MP do Ceará e o público externo debateram o livro “A Normalista”, obra mais famosa do escritor nascido em Aracati em 1867. O encontro integra a programação do Congresso Regional do MP. O evento segue até a próxima sexta-feira (06/06), no Teatro Francisca Clotilde, em Aracati, com debates sobre temas de diversas áreas de atuação do Ministério Público.
No livro “A Normalista”, conhecemos a história de Maria do Carmo, jovem órfã que é seduzida pelo padrinho e acaba engravidando em uma época em que isso era considerado um escândalo. Lançada em 1893, a obra tornou Adolfo Caminha um dos principais autores do Naturalismo brasileiro. O aracatiense ainda lançou outros livros de destaque como “Bom-Crioulo” e “Tentação” antes de morrer precocemente aos 29 anos, no Rio de Janeiro.
A coordenadora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), promotora de Justiça Luciana Frota, destacou que é uma “alegria debater a obra de Adolfo Caminha na casa onde ele nasceu. Temas como os abordados no livro nos fazem refletir e nos tornam seres humanos melhores”, frisou.
O encontro foi mediado pela promotora de Justiça e escritora Grecianny Cordeiro, que ressaltou a importância de Caminha para a literatura brasileira. “Adolfo é o patrono da Academia Cearense de Letras, então nada mais justo do que homenagearmos com uma edição do Clube de Leitura aqui em Aracati aquele que ajudou a nossa literatura a ganhar projeção nacional”, lembrou.
A promotora de Justiça Liduina Martins leu o livro pela primeira vez quando prestou vestibular. Com o Clube de Leitura, ela pôde revisitar a obra e observar o jeito leve como o autor retrata a Aracati do final do século XIX. “Apesar do livro trazer temas complexos e pesados, é maravilhoso ver como o autor descreve a cidade daquela época e também a molecagem cearense que já existia naquele tempo”, acrescenta.
A secretária adjunta de Cultura de Aracati, Andreza Guedes, também participou do debate. Ela parabenizou o MP do Ceará pela iniciativa e pela escolha do livro. “Discussões como essas só reforçam como nós mulheres ainda precisamos lutar para fazer valer os nossos direitos mesmo após a Constituição de 1988”, lembrou.
O assistente social Eudes Lô ficou sabendo do Clube de Leitura pelas redes sociais e também resolveu participar. “Foi ótimo trocar conhecimentos sobre o livro com os demais presentes. Acredito que a leitura trouxe reflexões profundas sobre temáticas que ainda são muito atuais”, reforçou.
A iniciativa
Os encontros do Clube de Leitura são realizados mensalmente com o intuito de promover a cultura e fomentar a discussão sobre obras literárias que fogem das temáticas jurídicas, permitindo uma interação genuína entre os participantes.