A titular da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Isabel Pôrto, participou, nesta segunda-feira, 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, do IV Ciclo de Debates – Diálogos em Saúde Mental, evento promovido pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Nesta edição, o tema do encontro foi “Desafios para emancipação do sujeito na Saúde Mental”.
Realizado no auditório Waldir Arcoverde, da Sesa, o evento contou com a participação dos profissionais da Atenção Primária, trabalhadores da Sesa, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), estudantes, e representantes de Conselhos Municipais e Estadual de Saúde. Na ocasião, Isabel Pôrto e o professor adjunto da Universidade de Pernambuco, o psicanalista Henrique Figueiredo Carneiro, ministraram palestras e discutiram questões como os cuidados de saúde mental eficazes em serviços de saúde básica, a redução do estigma associado a distúrbios mentais, a Reforma Psiquiátrica e a hospitalização de pessoas portadoras de transtornos mentais.
De acordo com Isabel Pôrto, o preconceito ainda é uma difícil barreira a ser vencida por quem sofre algum tipo de transtorno mental. “A saúde mental é um universo complexo, muito delicado. A sociedade rejeita, a família também tem essa rejeição porque não quer aceitar”. Para ela, é importante acompanhar as internações, especialmente as involuntárias. “Nós temos que fazer o acompanhamento das internações involuntárias, monitorando os parentes, trabalhando com as famílias, dando o suporte necessário para o paciente”, afirmou.
Segundo Henrique Carneiro, é fundamental alertar os profissionais da saúde e a população sobre as oportunidades de promover as perspectivas de inclusão social da pessoa com transtorno mental, trabalhando o desenvolvimento não só dos espaços físicos, mas também dos espaços invisíveis, que envolvem o desejo, o saber, os sentimentos, as relações etc. “Quando eu falo de invisibilidade, eu estou falando de espaços subjetivos. Todos nós sofremos psiquicamente: por existir, por amar, seja qualquer que for a espécie de amor. Todos nós sofremos por algum motivo. Se nós não promovermos um avanço de abrir todo e qualquer espaço, não só físico, mas também imaginário, não acabaremos com o preconceito, com os estigmas”, ressaltou.
Ciclo de Debates
Os Ciclos de Debates – Diálogos em Saúde Mental têm por objetivo ampliar o acesso a informações sobre saúde mental para fomentar estratégias, desenvolver ações junto a diversos segmentos da sociedade como estímulo a práticas que promovam a inclusão social e garantir o acolhimento às famílias e o atendimento qualificado a pessoas com transtornos mentais. O encontro ocorre uma vez a cada mês, conforme o cronograma de datas comemorativas na Saúde Mental.
Rede de Atenção Psicossocial
No Ceará, há 131 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS I, II e III, CAPS AD e CAPS i). O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS), referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida.
Foto: Assessoria de Comunicação da Sesa
Com informações da Assessoria de Comunicação da Sesa