MPCE promove reunião para definir ações de incentivo à vacinação de indígenas e combate à fake news


O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) promoveu, na manhã desta terça-feira, dia 9, uma reunião virtual com representantes de órgãos públicos e lideranças a fim de debater ações e campanhas que incentivem a vacinação entre os indígenas do Estado. O encontro se deu a partir de relatos e dados estatísticos que mostram a não-aceitação à vacina e supostos casos de líderes religiosos que se posicionam contra a imunização.  

Estiveram presentes na reunião os promotores de Justiça Hugo Porto, Enéas Romero e Lucas Almeida, da comarca de Itarema; Márcio Andrade Torres, procurador da República; Sérgio Brissac, antropólogo do Ministério Público Federal (MPF); Francysnete Firmo, enfermeira da saúde indígena de Itarema; Janete Melo, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince); Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Fernando Tremembé, líder indígena e Henrique Rodrigues, do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (DSEI-CE). 

O objetivo, segundo o promotor de Justiça Hugo Porto, é promover uma sensibilização, estimular um diálogo com as lideranças e, principalmente, conscientizar a população sobre a eficácia da vacina. O município de Itarema, por exemplo, está com números de imunizados aquém do esperado. Segundo Francysnete Firmo, enfermeira do polo que envolve os municípios de Itarema, Acaraú e Itapipoca, a resistência da população se deve, principalmente, às fake news. “Besta fera”, “chip chinês” e “apocalipse” são alguns termos que os indígenas reproduzem, negando-se a tomar a primeira dose. Na região da mata, onde está localizada a maior aldeia do município de Varjota, apenas 497 dos 1.123 indígenas foram vacinados. No sertão, somente 57% receberam o imunizante. As aglomerações nas aldeias também seguem constantes. Em contrapartida, Acaraú e Itapipoca já têm, respectivamente, 82% e 87% do público-alvo vacinado.  

As próximas ações serão definidas em breve, com uma abordagem intersetorial e desmistificadora, relatando os benefícios da vacina, explicando o porquê das prioridades, definindo exigências (como a comprovação da vacina para frequentar espaços coletivos) e divulgando canais de denúncia de notícias falsas, sempre respeitando a diversidade e a especificidade de cada povo.   

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