O Ministério Público do Ceará (MPCE), por intermédio do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (Caocidadania), em parceria com a Associação Cearense Pró-Idosos (ACEPI) realizaram, na manhã desta segunda-feira (13), a abertura da exposição fotográfica “Memórias de Permanência”, que ficará em exibição até o da 31 de julho no saguão do prédio dos Centros de Apoio, na avenida Antônio Sales, 1740 – Dionísio Torres. Além disso, o Caocidadania realizará o seminário sobre a Política da Pessoa Idosa, Gestão de ILPIs e boas práticas na próxima quarta-feira (15), no mesmo local.
As fotografias revelam o cotidiano das vivências de idosos participando de festejos, de atividades artísticas, de terapias ocupacionais, recebendo cuidado e afeto. Elas foram elaboradas pelos próprios funcionários e colaboradores das diversas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) localizadas nos municípios de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Maranguape e Quixeramobim. Mas a curadora da exposição, Eliane Martins, espera receber mais registros de instituições de todo o Ceará, conforme afirmou a assistente social do Caocidadania, Rejane Rodrigues.
Presente à abertura do evento, a vice-procuradora-geral de Justiça, Ângela Chaves, afirmou ter observado, naquela exposição, uma corrente simbólica, cujos elos são as pessoas que lutam pela visibilidade das ILPIs, repercutindo o valor do cuidado e do zelo para com as pessoas idosas às próximas gerações. “Esta exposição cresceu em valor, uma vez que os fotógrafos foram os próprios funcionários com seu olhar sensível a partir de modelos verdadeiros. A gratidão é nossa por termos pessoas preocupadas no envelhecer com dignidade, porque nenhuma geração faz nada sozinha. Parabéns a todos que trabalham pela efetivação do envelhecimento saudável”, exaltou.
De acordo com o promotor de Justiça e coordenador do Caocidadania, Elder Ximenes, a mostra cultural pretende sensibilizar o poder público e promotores de Justiça das diversas comarcas do interior para a importância das ILPIs. “O melhor é prevenir e fomentar as boas práticas pela melhoria da qualidade de vida dos idosos que recebem atenção integral nestas instituições”, considerou, observando que a iniciativa visa quebrar o paradigma e o estigma de que as ILPIs seriam lugares de sofrimento e abandono. “Quando estiver idoso, eu quero ser acolhido em uma ILPI bem bacana. O colega, Alexandre Alcântara, me ensinou que temos que conquistar as pessoas pelo coração”, disse.
Para o promotor de Justiça e coordenador-auxiliar do Caocidadania, Alexandre Alcântara, este foi um dia importante e feliz para todos que militam na defesa da pessoa idosa, pensando no enfrentamento a maus-tratos. “Temos que mudar o imaginário coletivo que as pessoas têm dessas instituições de acolhimento ao idoso, porque os abrigos podem ser, sim, um lugar de respeito, dignidade, bem-estar e de cidadania”, ponderou.
Alcântara afirmou que as imagens expostas eram uma forma de provocar o poder público a fim de construir políticas públicas que atendam às demandas do envelhecimento no Brasil. “É preciso que as autoridades tenham consciência de que houve uma transição demográfica e devemos fazer com que os promotores de Justiça no interior tenham conhecimento da existência dessas ILPIs, criando um link, porque o nosso trabalho é garantir dignidade para quem mais precisa”, ressaltou, agradecendo ao superintendente da Receita Federal na 3ª Região Fiscal, Wilmar de Souza, e aos representantes dos conselhos de defesa da pessoa idosa presentes.
Convidada a participar da exposição, a ex-procuradora-geral de Justiça e ex-secretária de Proteção Social, Socorro França, destacou que aquele ato representava a dignidade do ser humano na luta do Ministério Público pela criação políticas públicas de amparo e respeito à pessoa idosa. “Oh, Ministério Público forte e valente! Não viemos aqui para passear, mas para deixar algo melhor para as pessoas e para as futuras gerações. A simbologia deste momento não está só nestas fotos; mas, sobretudo, no legado e na memória destas pessoas que deram sua contribuição e viveram intensamente”, elogiou.
A presidente da ACEPI, Vejuse de Oliveira, mencionou que a parceria com o Ministério Público era motivo de orgulho e de muita alegria, pelo trabalho capaz de trazer vida decente às pessoas idosas. “Todos sabemos que este órgão tem um trabalho gratificante e decisório. Por trás dessas fotos tem muita história de vida e a sociedade precisa conhecer essa exposição, que é só o começo de uma longa caminhada. Seremos sempre parceiros com muita gratidão”, enfatizou.
Sobre a ACEPI
A Associação Cearense Pró-Idosos (ACEPI) é uma entidade sem fins lucrativos, com finalidade social, técnica e científica, que mantêm, há mais de 30 anos, o compromisso com as questões ligadas ao processo de envelhecimento empreendendo iniciativas que reivindiquem a promoção e valorização das pessoas idosas ou em processo de envelhecimento, constituindo-se uma organização de assessoramento e defesa de direitos da pessoa idosa.
A entidade congrega profissionais, dirigentes de entidades, voluntários e pessoas interessadas na construção do envelhecimento saudável, incentivando a participação como dever social de contribuição à sociedade e ao país. Conta com entidades parceiras as quais desenvolvem ações que favorecem a divulgação de leis, serviços e atividades de proteção social na perspectiva de garantia de direitos e exercício de cidadania.
Serviço:
Evento: Exposição Fotográfica Memórias de Permanência
Local: Auditório dos Centros de Apoio, na Avenida Antônio Sales, 1740 – Dionísio Torres.
Realização: Caocidadania e ACEPI