O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Coordenação dos Núcleos de Mediação Comunitária (Pronumec) e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), com apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), concluiu, na tarde desta sexta-feira (23/06), a etapa teórica do Curso de Mediação Comunitária no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. A formação contou com 30 participantes que avançarão para a fase prática da formação, em que irão pôr em prática o conteúdo lecionado durante as 40 horas iniciais da carga horária total.
Os mediadores terão 60 horas de carga horária na segunda etapa da formação, em que atuarão no núcleo de mediação do bairro. O papel do mediador é possibilitar a construção de diálogo entre membros da mesma comunidade, primando pela resolução de conflitos e promovendo a cultura de paz no local.
“Além dessa formação, com o curso eles acabam desenvolvendo habilidades para serem usadas no ambiente familiar e profissional. Os relatos que a gente recebe refletem a transformação que o curso proporciona: ‘modifiquei a minha escuta’, ‘consigo olhar as pessoas de maneira mais empática’. Assim, os participantes adquirem um comportamento diferente na sociedade por conta do que aprenderam durante as aulas e atividades”, explicou a assessora técnica do Pronumec, Patrícia Palhano da Costa, que ministrou o curso.
A analista legislativa Aurea Pontes, de 60 anos, comenta sobre o impacto da formação nas diversas facetas do cotidiano do voluntário. “Isso é, pra mim, o mais gratificante nessa qualificação que fiz. Porque nós olhamos para o outro. Esse olhar humanizado foi uma grande mudança, e até todo mundo do meu emprego ficou impressionado com a maneira que estou trabalhando agora”, declarou.
“Eu sou de uma área totalmente diferente, né? Sou das exatas, trabalho com máquinas. Mas tenho aprendido muito. Tive um contratempo com o meu filho recentemente. A Irvina de duas semanas atrás teria feito uma confusão imensa. Hoje, não! Cheguei do trabalho mais cedo e nós conversamos e orientamos com ele. A Irvina de hoje está mais perto do equilíbrio”, explicou também a engenheira civil Irvina Juliana, de 37 anos.
Os Núcleos de Mediação atuam sobre os mais diversos tipos de conflitos, desde que possam ser negociados pelos envolvidas e não tenha ocorrido qualquer tipo de violência física entre as partes, de modo a promover a autonomia, cooperação, inclusão social, e atuação direta na prevenção da violência dentro das comunidades.