Mãos que Protegem: Edição “Maio Laranja” termina com debates sobre saúde mental, adoção e proteção integral de crianças e adolescentes


No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18/05), o Ministério Público do Estado do Ceará levou ao piso L2 do Shopping RioMar Fortaleza uma programação com foco na saúde mental, adoção e proteção integral deste público. As ações encerram esta edição do Movimento Mãos que Protegem, que desde a última quinta-feira (15/05) vem sensibilizando a população sobre a necessidade de notificar casos e prestar o acolhimento adequado às vítimas de violência. A iniciativa integra a campanha “Maio Laranja”, mês de conscientização e enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. 

O procurador-geral de Justiça, Haley Carvalho, destacou a interação mais próxima entre o Ministério Público e a sociedade ao longo dos quatro dias da ação. “É sempre muito importante quando podemos ir até as pessoas e ouvir suas demandas. Nossa ideia é expandir esse movimento para outros locais, inclusive no interior do estado, para que continuemos chamando atenção para esse tema que é tão necessário de ser debatido e, principalmente, combatido”, acrescentou.

A coordenadora do Núcleo de Acolhimento às Vítimas de Violência (Nuavv), procuradora de Justiça Joseana França, também avaliou de forma positiva a recepção do público à iniciativa. “Essa aproximação do Ministério Público com a população contribui para que todos saibam como agir em casos de violência, o que vale não só para pessoas que foram vítimas diretas ou indiretas, mas também para aquelas que tomam conhecimento de algum ato de violência, evitando assim a revitimização”, lembrou Joseana França, que esteve no local com a equipe do Nuavv para orientar, tirar dúvidas e atender possíveis vítimas.

O advogado Roberto Bonaparte acompanhou as atividades e tirou dúvidas sobre os canais de denúncias do MP do Ceará. Para ele, “é fundamental o trabalho que o Ministério Público vem desenvolvendo no combate a esses crimes, em especial os cometidos contra crianças e adolescentes, que são um público mais vulnerável”, pontuou. A assistente social Isabel Barros elogiou a iniciativa do MP de trazer para um espaço de grande movimentação discussões sobre um tema de grande relevância social. “Esse tipo de evento nos deixa mais preparados para lidar com essas situações, que, muitas vezes, acontecem dentro de casa. Saio daqui com conhecimentos que quero levar não só para a instituição em que atuo, mas para a minha comunidade”, pontuou.

Programação do último dia

Além do atendimento ao público e da distribuição de material informativo, foram promovidas três rodas de conversa. Na primeira, a coordenadora auxiliar do Centro de Apoio Operacional da Saúde, procuradora de Justiça Isabel Pôrto, e o técnico ministerial do Programa Vidas Preservadas, Rafael Sales, falaram sobre a importância do cuidado com a saúde mental de crianças e adolescentes. “Precisamos ter um olhar cuidadoso para esse público, especialmente agora com as redes sociais. É preciso saber como desacelerar esse ritmo para que nossas crianças e adolescentes não venham a desenvolver transtornos mentais no futuro”, destacou Rafael. Para Isabel Pôrto, é fundamental “sensibilizar a sociedade e os governantes sobre a necessidade de se criar políticas públicas voltadas à saúde mental e fazer a rede de proteção funcionar, já que o suicídio deve ser encarado como um problema de saúde pública”, disse.

As atividades seguiram com a roda de conversa “Entrega legal de crianças em adoção”, que foi conduzida pelo coordenador auxiliar do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude (Caopij), promotor de Justiça Dairton Oliveira. Em sua fala, reforçou as violências pelas quais passam as crianças nesta situação e as genitoras, muitas vezes adolescentes, ao optarem pela entrega legal. “Para que possamos salvar essas duas vidas, nós precisamos cuidar dessa mulher e não julgá-la ou constrangê-la. Para isso, no entanto, precisamos mudar nossas atitudes”, frisou. 

Na sequência, a também coordenadora auxiliar do Caopij, promotora de Justiça Cibelle Nunes, esteve à frente do debate “Proteção de crianças e adolescentes contra o abuso e exploração sexual: um compromisso de todos”. “A violência sexual, quando atinge atinge a criança e o adolescente em fase de desenvolvimento, atinge fortemente o seu psicológico e pode reverberar por toda a vida. Portanto, é um dever de todos nós, enquanto sociedade, não nos calarmos e protegê-los contra qualquer espécie de violência”, lembrou.

A iniciativa do MP do Ceará tem a parceria do Shopping RioMar Fortaleza; do Centro Especializado de Apoio às Vítimas (CEAV) do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Urbana da Universidade de Fortaleza; e do Governo do Estado.

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