A importância do legado do cearense Frei Tito na defesa dos Direitos Humanos será debatida pelo Ministério Público do Estado durante a abertura da exposição “80 anos de Frei Tito: Memória e Justiça”, que ocorrerá no dia 15 de setembro, às 14h, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, em Fortaleza. Realizada em parceria com o Museu do Ceará, a mostra integra as ações comemorativas dos 80 anos de nascimento do frade dominicano, referência na luta pela liberdade e pela democracia no Brasil, especialmente durante a ditadura militar.
O debate contará com a participação do Frei Xavier Plassat, amigo que viveu ao lado de Frei Tito durante o exílio dele na França até sua morte; do historiador e curador do Memorial Frei Tito, professor Régis Lopes; e da sobrinha do Frei Tito, Lúcia Rodrigues de Alencar Lima, que hoje atua como Relações Institucionais e Articulação Regional dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos do Ceará (SEDIH). A discussão será mediada pela procuradora de Justiça e coordenadora do Memorial do MP do Ceará, Sheila Pitombeira. O evento é uma realização da Secretaria de Comunicação, por meio do Departamento de Memória Institucional, e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, com apoio da Escola Superior do Ministério Público. Para participar do debate é necessário se inscrever na plataforma de cursos da ESMP/Ceaf.
Exposição
O acervo, que pertence ao Museu do Ceará, possui diversos objetos que vão de fotos de vários momentos da vida de Frei Tito, além de objetos utilizados por ele como máquina de escrever, crucifixo, óculos, documentos e alguns livros. A mostra fica em cartaz até 20 de dezembro, no Espaço Cultural da PGJ, de segunda a sexta, das 8h às 17h. A visitação é aberta ao público.
Frei Tito
Nascido em Fortaleza, em 14 de setembro de 1945, caçula de onze filhos, Frei Tito de Alencar Lima envolveu-se no movimento estudantil ainda em sua cidade natal. Em 1965, ingressou na Ordem dos Dominicanos, em São Paulo, conciliando a vida religiosa com o engajamento político. Preso em 1969 pela ditadura civil-militar, sofreu torturas brutais. Nesse período, redigiu a conhecida Carta-denúncia, documento que expôs ao mundo os métodos de violência empregados pelo regime contra opositores políticos. Em 1971, após a negociação que libertou o embaixador suíço Giovanni Enrico Bücher, foi banido do Brasil e exilado na França. Mesmo em liberdade, carregava os traumas da violência sofrida nos porões do regime de exceção. Em 10 de agosto de 1974, Frei Tito tirou a própria vida em L’Arbresle, próximo a Lyon, na França.
Serviço:
Lançamento da Exposição “80 anos de Frei Tito: Memória e Justiça”
Data: 15 de setembro de 2025
Horário: 14h
Local: Auditório da Procuradoria Geral de Justiça, Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, 130 – Cambeba, Fortaleza/CE
Inscrições: https://cursos.mpce.mp.br/