O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através do promotor de Justiça da Comarca de Pentecoste Jairo Pereira Pequeno Neto, com o apoio do delegado da Polícia Civil, Regis Pimentel, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (17), a segunda fase da operação “Caixa 2”. A partir da nova fase da operação, foram presos preventivamente o vereador presidente da Câmara Municipal de Pentecoste, Pedro Hermano Pinho Cardoso; a mãe dele que também é ouvidora municipal, Maria Clara Rodrigues Pinho; e a primeira-dama daquele município, Maria Clemilda Pinho de Sousa.
Os mandados de prisão foram cumpridos na Câmara Municipal, durante a sessão, em que se encontravam Pedro Hermano e Maria Clara e na residência da investigada Maria Clemilda. A prisão preventiva de Pedro Hermano e a prisão domiciliar integral com uso de tornozeleira eletrônica em face de Maria Clara e Maria Clemilda foram decretadas pelo juiz de Direito, Caio Lima Barroso. O magistrado renovou, ainda, o afastamento dos investigados de suas funções públicas por tempo indeterminado.
A operação desarticulou uma associação criminosa que angariou vultosas quantias para financiamento de campanha eleitoral do ano de 2016 no município de Pentecoste. O grupo criminoso contava com a participação do atual prefeito, João Bosco Pessoa Tabosa; da primeira-dama; do presidente da Câmara Municipal e sobrinho de João Bosco; e da procuradora municipal e cunhada do prefeito. A associação criminosa familiar com a ajuda de Maria da Conceição Domingos Sousa, seu marido Moisés da Silva Gomes e dois funcionários do Banco do Brasil do Município, realizaram uma série de estelionatos em idosos, contraindo empréstimos e adiantamentos de 13º salários sem autorização dos senis.
As medidas cautelares foram interpostas em razão dos diversos embaraços realizados pelos investigados, com o intuito de frustrar a investigação criminal, utilizando-se de seus cargos para obstruir a justiça. A medida direcionada a Pedro Hermano foi mais gravosa, pois além de praticar o crime de estelionato contra idoso, ele ainda inseriu Maria da Conceição, vulgo “Çãozinha”, nos quadros da Câmara Municipal, como funcionária fantasma, não laborando nenhum dia no órgão, mas recebendo salário.
Pedro Hermano e Clemilda de Sousa ajudaram na fuga de Maria Conceição para Fortaleza e lhes pagavam uma mesada para que a criminosa se sustentasse na Capital. Vídeos demonstram a prática de entrega de dinheiro por Pedro Hermano e sua mãe Maria Clara. O material foi captado por Maria Conceição e por seu companheiro Moisés, no ato do recebimento das quantias. Algumas medidas cautelares interpostas pelo Ministério Público em face do prefeito João Bosco foram indeferidas pelo juiz, por este entender que não foram realizadas durante a gestão. O MPCE analisa a possibilidade de recurso.