As mulheres que foram vítimas de violência sexual do prefeito afastado de Uruburetama, José Hilson de Paiva, prestaram depoimento nesta quarta-feira (09/10) na primeira audiência de instrução e julgamento do processo no Fórum do município. Ao todo, foram ouvidas duas vítimas, quatro testemunhas de acusação e nove testemunhas de defesa. Outras sete testemunhas de defesa, residentes em Itapipoca e Fortaleza, também vão prestar depoimento. Só depois é que o médico e prefeito afastado será ouvido. A estimativa é que o julgamento em primeira instância ocorra em breve, já que o réu está preso.
O interrogatório faz parte da instrução da primeira denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado em agosto deste ano. O acusado responde pelo crime de violência sexual mediante fraude, previsto no artigo 215 do Código Penal. O processo segue em segredo de Justiça.
Parceria com Policlínica de Itapipoca
Nesta quarta, a equipe do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV), coordenado pela promotora de Justiça Joseana França, foi até Itapipoca para uma reunião com a direção da Policlínica e com os representantes da Secretaria da Saúde do Estado na região. O encontro é resultado de um acordo feito anteriormente pela Procuradoria Geral de Justiça e a vice-governadoria do Estado para tratar das demandas emergenciais das vítimas de Uruburetama. Ficou acertado que as mulheres terão atendimento prioritário e vão passar pelo Serviço Social e Psicológico e também serão encaminhadas aos médicos especialistas, caso precisem.
Apoio às Vítimas
Esse trabalho de acolhimento às vítimas vem sendo realizado desde que o caso foi denunciado e mobilizou várias instituições parceiras. O NUAVV acompanha as mulheres de Uruburetama com visitas frequentes e realizando os encaminhamentos necessários. O apoio técnico é dado pelo Centro de Referência e Apoio às Vítimas de Violência (CRAVV), da Secretaria de Proteção Social do Estado.
Entenda o caso
A Promotoria de Justiça de Uruburetama, apresentou uma denúncia à Justiça no dia 6 de agosto contra o médico em razão de condutas criminosas que feriram a dignidade sexual de, até o momento, duas vítimas naquele município.
Outra denúncia no mesmo teor contra Hilson de Paiva foi apresentada pela Promotoria de Cruz em 2 de agosto; e uma terceira foi protocolada em Uruburetama no dia 3 de outubro contra o médico e sua sobrinha, a vereadora Cristiane Cordeiro Paiva.
O MPCE já acompanhava o caso, mas a partir de reportagens em rede nacional, novas vítimas se encorajaram e começaram a comparecer às Promotorias de Justiça das Comarcas de Uruburetama e de Cruz para realizar denúncias.