A Justiça recebeu denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará contra Jeysivan Carlos Silva dos Santos, presidente afastado da Torcida Organizada do Ceará (TOC). De acordo com o documento, o réu, acompanhado de outros torcedores, invadiu a sede do Ceará Sporting Clube durante treino dos atletas do time, no dia 28 de junho de 2024, provocando tumulto e violência. A denúncia por crimes contra a paz no esporte e associação criminosa foi oferecida pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) no dia 14 de fevereiro de 2025 e recebida pela Justiça no dia 20. Jeysivan está preso preventivamente desde 8 de fevereiro.
Conforme a denúncia, o denunciado argumentou que teria ido ao local para uma reunião com o objetivo de reivindicar melhorias para o clube. Inicialmente, o encontro só contaria com dez integrantes de torcidas organizadas, porém o denunciado discordou do quantitativo e, junto com outros torcedores, decidiu invadir o treinamento. Ele se aproveitou da condição de dirigente da TOC para, de forma ilícita, invadir uma área restrita aos jogadores, o que gerou tumulto e colocou em risco a segurança e a ordem no local. Depois disso, ele ainda usou as redes sociais para agradecer aos torcedores que participaram da invasão à sede do Ceará, demonstrando ter sido ele o organizador.
“De acordo com os elementos apurados, o denunciado agiu com dolo e, de forma premeditada, enganou um funcionário responsável pela segurança do local, sendo fato essencial para permitir que outros membros da torcida também invadissem a área restrita, o que tornou mais grave a situação de desordem e tumulto”, consta na denúncia do Nuinc. Para o MP do Ceará, o acusado agiu por motivo fútil, uma vez que sua motivação não se baseava em nenhum interesse legítimo, mas em clara intenção de demonstrar poder e autoridade. Além disso, o ato burlou os procedimentos de segurança e violou as normas de acesso do evento.
O denunciado foi preso em 8 de fevereiro, no Porto das Dunas, em Aquiraz. Ele estava foragido desde o dia 23 de setembro de 2024, data em que foi deferido o decreto de prisão pela 10ª Vara Criminal de Fortaleza. Na abordagem policial, ele apresentou um documento falsificado, evidenciando a intenção de tentar enganar os agentes e obstruir a responsabilização dele.