Os Ministérios Públicos de Minas Gerais e do Ceará, com apoio da Polícia Civil, deflagraram, na manhã desta quarta-feira (08/10), a Operação “Falsa Toga”, que prendeu 12 suspeitos de integrarem uma organização criminosa com atuação nos dois estados. Segundo as investigações, os integrantes do grupo criminoso estariam se passando por promotores de Justiça para cobrar falsas “fianças” a familiares de presos com a justificativa de que conseguiriam os alvarás de soltura destes. Além das prisões, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Viagem, Cascavel, Chorozinho, Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba.
A operação foi articulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) do MP de Minas Gerais e pelo Núcleo de Apoio Técnico à Investigação (Nati) do MP do Ceará. Participaram da ação as Polícias Civis dos dois estados e a Polícia Militar mineira.
Conforme as investigações, os suspeitos telefonavam para parentes de detentos em Minas Gerais e, após se identificarem falsamente como membros do Ministério Público, informavam a possibilidade de expedição de alvará de soltura, mediante pagamento imediato. A operação identificou as pessoas que recebiam esse dinheiro. Por meio de análise dos extratos bancários, a investigação detectou fluxo constante de transferências entre diversas contas de um pequeno grupo de titulares, numa tentativa flagrante e coordenada de se ocultar a origem do dinheiro recebido.
A apuração também mostrou a coordenação das ações do grupo, com constante abertura e encerramento de contas bancárias e de linhas telefônicas. Foi detectada a troca de mensagens entre alguns aparelhos celulares para a comunicação dos suspeitos. Eles trocavam os chips frequentemente, caracterizando a atuação orquestrada compatível com a dinâmica de uma organização criminosa. Alguns dos investigados apresentaram histórico de fraudes similares, o que reforça a suspeita.
Com informações e foto do MP de Minas Gerais.