O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Programa Vidas Preservadas e do Laboratório de Inovação do MPCE, o Lino, promoveu, na manhã desta quinta-feira, o primeiro treinamento para inclusão de dados de saúde mental no Mapa da Saúde. O software é implementado pela Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará (ESP-CE) e visa integrar dados de diferentes sistemas, serviços e recursos para melhor subsidiar a sociedade e os governos sobre o setor, voltado para a saúde mental. 

Os treinamentos visam tornar a plataforma um ecossistema colaborativo para ajudar o poder público, cidadão e profissionais a se conectarem e interagirem e, assim, poderem auxiliar pessoas que enfrentam sofrimentos psíquicos e ideações suicidas. O sistema é gratuito e aberto, acessível a todos, incluindo a população em geral, unidades públicas voltadas para assistência social, como Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAs), entidades religiosas e voluntários para escutas.  

Neste primeiro encontro, estiveram presentes representantes das Coordenadorias da Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Copoms), Secretarias de Saúde, Superintendências e Associações de municípios do Litoral Leste, Canindé, Quixadá, Tauá e Região Sul.  

“Hoje a gente tem isso de maneira muito artesanal, criamos vínculos de forma empírica e não sistemática. A ideia é dar visibilidade para que o cidadão tenha a liberdade de descobrir como pode ajudar e onde pode buscar ajuda. E que o profissional saiba como se portar se precisar fazer um encaminhamento a outro município, por exemplo, ou quando receber uma demanda”, explica o promotor de Justiça Hugo Porto, coordenador do Vidas Preservadas e do Lino. Ele reforça também que o sistema é uma forma de dar mais visibilidade a quem já fez os treinamentos do Programa.   

“Estamos em fase de prototipação, no sentido de experimentação de preenchimento do Mapa. A ideia é expandir para todo o Estado”, explicou Luanna Araújo, da Escola de Saúde Pública, responsável pelo treinamento do dia. “A plataforma é excelente, é o que a gente estava precisando há muito tempo. Pelo que nos foi apresentado, consegue dar conta da demanda. Ela irá direcionar o nosso público em geral de maneira ágil”, declarou a psicóloga Joice Mendes, representante do município de Canindé. 

Para o coordenador da Coordenadoria de Políticas de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (COPOM) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Davi Queiroz de Carvalho Rocha, a ferramenta Mapa da Saúde possibilitará uma aproximação dos serviços de saúde mental oferecidos pelo Estado e municípios com a população cearense. “Isso contribui para que o conhecimento [sobre onde procurar ajuda] fique mais democrático, no sentido de que todo mundo poderá ficar sabendo”, ressaltou, complementando que para garantir uma política nacional de saúde mental é necessário conhecer o território, suas vulnerabilidades, sua força de trabalho, dentre outros indicadores. 

A assessora jurídica da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE), Suellem Pinheiro, destacou a importância da iniciativa que, segundo ela, vai permitir que os municípios disponibilizem à população, de forma acessível, equipamentos que atuam na área da saúde mental. “A plataforma é simples e de fácil manuseio, então acredito que ela vai trazer aos municípios mais uma possibilidade de divulgação de equipamentos voltados à saúde mental de suas populações”, frisou. 

O cadastro no Mapa da Saúde pode ser feito pelo site mapa.sus.ce.gov.br. Em breve, novos treinamentos serão ministrados.