O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), em parceria com a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), deflagrou, na última quinta-feira (28/07), operação contra organização criminosa suspeita de coagir proprietários e funcionários de casas de jogos no Ceará. A organização de origem carioca é investigada por impor o encerramento de diversas atividades de apostas esportivas e do popularmente conhecido “jogo do bicho” e, posteriormente, reativá-las sob o comando da organização. Foram cumpridos, na operação, 15 mandados, sendo seis de prisão temporária e nove de busca e apreensão, nos municípios de Apuiarés, Pentecoste e Itapipoca, localizados no Vale do Curu. Os alvos dos mandados são investigados pelos crimes de associação criminosa e extorsão. A operação foi liderada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto e pelo titular da Delegacia Municipal de Pentecoste, delegado Ronivaldo de Oliveira.
Na ação, seis suspeitos de envolvimento no esquema criminoso foram presos temporariamente. Um deles era membro da facção e investigado por ameaçar e coagir proprietários e funcionários ligados aos referidos jogos; outro era gerente dos negócios, supostamente autorizado pela organização; e os outros quatro presos eram donos de estabelecimentos, que aderiram à proposta da facção e passaram a atuar de acordo com ela. A operação apreendeu ainda maquinários de aposta, dinheiro e um veículo Fiat Toro.
As investigações que basearam a ação indicaram que cerca de 10 casas de jogos foram alvos do esquema criminoso na região do Vale do Curu, mais especificamente em Apuiarés e Pentecoste. Proprietários de quatro dessas casas estão entre os indivíduos apreendidos durante a operação, citados por continuarem as atividades de apostas sob comando da facção.
De acordo com o delegado Ronivaldo de Oliveira, a Polícia Civil recebeu denúncias de funcionamento do esquema, que declaravam o uso de armas de fogo para impor o encerramento das atividades do “jogo do bicho” e de apostas esportivas. Segundo os relatos, após certo período, alguns dos estabelecimentos eram reativados com a suposta autorização da facção criminosa. Desse modo, ficou evidenciado para a investigação que havia ligação entre os proprietários e a organização criminosa.
O promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto declara que o MPCE está atento para frear o avanço do crime organizado, intensificando ações voltadas a desmantelar esquemas de lavagem de dinheiro e desarticulando estratégias para financiar o crime organizado. Vale destacar que mais crimes podem surgir no curso das investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.