O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), deflagrou na manhã desta quarta-feira (10/05) a Operação Sintonia – Ceará. O objetivo é cumprir 8 mandados de prisão preventiva em Fortaleza, expedidos pelo Poder Judiciário Cearense e cumpridos com apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO), da Polícia Civil do Ceará. A operação busca combater o crime organizado em vários estados, através de articulação do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), que reúne integrantes dos GAECOs de todo o país. Em Fortaleza, o foco da Operação Sintonia é um cearense que atua como uma das lideranças de organização criminosa na Guiana Francesa.
As investigações no Ceará começaram a partir do compartilhamento de provas encaminhadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), quando foi deflagrada a Operação Solis, em 2021. À época, a operação prendeu suspeitos de integrar facção que atua dentro e fora dos presídios, praticando tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros delitos.
Após a análise do conteúdo dos aparelhos de telefonia celular apreendidos, notadamente de um membro da organização criminosa em São Paulo, foi descoberto que um dos alvos era o cearense, apontado pelas investigações como uma das lideranças da facção criminosa na Guiana Francesa e responsável principalmente pelo tráfico de entorpecentes. Com base nas informações, o GAECO do MPCE instaurou Procedimento de Investigação Criminal, visando colher mais informações acerca da prova compartilhada pelo MPSP. Após a identificação dos indivíduos, foi deflagrada a operação Sintonia – Ceará.
Operação Sintonia
A operação, que ocorre de forma simultânea em 14 Estados, conta com a participação de 37 Promotores de Justiça dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECOs) dos Ministérios Públicos dos Estados de Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e com o apoio de 998 policiais militares e civis, para cumprimento de 208 mandados de prisão e 200 mandados de busca e apreensão.
O objetivo da ação integrada é desarticular organizações criminosas violentas que atuam nas ruas e nos sistemas prisionais, efetivar prisões de seus integrantes e coletar provas das práticas delituosas detectadas em investigações realizadas no âmbito do Ministério Público brasileiro.
O GNCOC é um grupo formado por membros do Ministério Público dos Estados e da União. Criado em 2002 pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), o colegiado surgiu como uma resposta ao assassinato do promotor de Justiça de Minas Gerais Francisco José Lins do Rêgo Santos, vítima da ação armada de uma organização criminosa que atuava no ramo de adulteração de combustíveis. O GNCOC tem como objetivo primordial o combate às organizações criminosas e se caracteriza pela cooperação entre seus membros e a articulação com diversas instituições parceiras no enfrentamento ao crime organizado.
Sob a presidência do procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Mario Sarrubbo, o GNCOC mantém grupos de trabalho permanentes e integrados em todos os GAECOs dos Estados e do Ministério Público Federal.