MP do Ceará atuou no mês de outubro em 83 júris na capital com a condenação de 62 réus a penas que somam 1235 anos 


O Ministério Público do Estado do Ceará atuou em 83 julgamentos no mês de outubro na capital. As sessões do júri resultaram em 62 sentenciados contabilizando penas que somam 1.235 anos de prisão. O balanço é da Secretaria Executiva das Promotorias de Justiça do Júri de Fortaleza e os casos foram julgados após denúncias oferecidas pelo MP do Ceará por crimes contra a vida. 

Entre os júris, os quatro detalhados a seguir integram o Projeto Tempo de Justiça, que busca julgar os casos no menor prazo possível após a prática do crime. No primeiro caso, Antônio Márcio Ribeiro Parente e Silva foi sentenciado por feminicídio da esposa no bairro Luciano Cavalcante, no dia 31 de janeiro de 2024. A investigação constatou que o réu cometeu o homicídio na presença do filho do casal e que não aceitava a vontade da esposa de se separar dele. Em sessão de júri do dia 1º de outubro, ele foi sentenciado a 28 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado. 

No segundo caso, o réu Wenderson Dias Florenço foi sentenciado à pena de 26 anos de prisão e 64 dias-multa por feminicídio da ex-companheira, no bairro Edson Queiroz, na data de 26 de fevereiro deste ano. Conforme a denúncia, a vítima e o réu mantiveram um relacionamento por aproximadamente um ano. Porém, como o homem não aceitava a separação passou a importunar e a perseguir a mulher, sendo sentenciado pelo 3º Tribunal do Júri em sessão do dia 29 de outubro. 

No terceiro caso, os réus Ramon Souza de Araújo, John Igor da Silva Albuquerque e Tiago Cavalcante Fonseca foram sentenciados na prática de homicídio doloso no dia 28 de julho de 2019, no bairro Bonsucesso. A denúncia do MP do Ceará detalha que os homens cercaram mulheres em um beco e começaram a questioná-las se faziam parte de alguma facção criminosa. Após vasculharem as redes sociais das vítimas, supuseram que uma delas era de um grupo rival por causa de uma foto postada. Em decorrência disso, agrediram as vítimas, o que resultou na morte de uma delas. Após sessão do júri em 24 de outubro de 2024, eles foram sentenciados por homicídio qualificado e participação em organização criminosa, com penas a serem cumpridas em regime inicialmente fechado. Ramon e John foram condenados, cada, a 17 anos, 9 meses e 9 dias de prisão. Já Tiago foi condenado a 20 anos, 10 meses e 7 dias de prisão.   

Outro caso de destaque foi o da morte da travesti Beyoncé, no dia 25 de fevereiro de 2017, no bairro Messejana. Após sessão do júri realizada no último dia 11 de outubro, o réu Josimberg Rodrigues de Abreu foi sentenciado à pena de 16 anos e 6 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que impossibilitou a defesa. Ele foi sentenciado, ainda, ao pagamento de R$ 20 mil de indenização à família da vítima. A denúncia relata que o homem utilizou uma faca para espancar a vítima, que faleceu em decorrência de hemorragia abdominal. No júri, o MP do Ceará defendeu que o crime foi cometido por motivação transfóbica e que o réu agiu com crueldade, submetendo a vítima a intenso sofrimento físico e psíquico.    

O Tempo de Justiça é uma parceria entre o Ministério Público do Estado do Ceará, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a Defensoria Pública do Estado do Ceará e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, com apoio técnico da Vice-Governadoria do Estado.   

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