A atuação do Ministério Público do Ceará em 52 julgamentos do Tribunal do Júri no mês de agosto resultou na condenação de 41 réus, contabilizando penas que somam 567 anos de prisão. O balanço é da Secretaria Executiva das Promotorias de Justiça do Júri de Fortaleza e os casos foram julgados após denúncias oferecidas pelo MP do Ceará por crimes dolosos contra a vida, como homicídio e feminicídio.
Em um dos casos, Tiago Silva Barros, conhecido como “Esquilo”, foi sentenciado a 37 anos e seis meses de prisão pelo homicídio de L.S. O crime ocorreu na madrugada do dia 03 de agosto de 2024, quando Tiago esfaqueou a companheira na cama enquanto ela dormia ao lado filha, de seis anos, que presenciou tudo. A motivação do crime teria sido uma discussão sobre facções criminosas. Tiago era morador de uma área dominada pela facção contrária de onde L.S. residia anteriormente. O julgamento ocorreu no dia 22 de agosto de 2025.
Em outro júri, Ivanilson de Mendonça Silva foi sentenciado a 24 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do próprio irmão I.M.S. Segundo a denúncia, o crime ocorreu na noite do dia 5 de fevereiro de 2024, no bairro Bela Vista, e houve o emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O réu foi até a casa dos pais, onde discutiu com I.M.S., desferindo 11 golpes de faca contra ele, levando-lhe a óbito. O julgamento ocorreu no dia 26 de agosto de 2025.
Já Francisco Rogério Maciel Gomes foi sentenciado a 18 anos de prisão pelo homicídio de R.N.C. No julgamento do dia 18 de agosto de 2025, o Tribunal do Júri acolheu os argumentos do MP do Ceará, os quais reforçaram que Francisco Rogério cometeu o crime por motivo torpe e utilizando meio que impossibilitou a defesa da vítima. O crime ocorreu no dia 19 de setembro de 2024. O sentenciado consumia bebidas alcoólicas em sua residência, na companhia da vítima, quando a golpeou com um objeto contundente, derrubando-a e esfaqueando-a em seguida. A ação foi motivada pelo fato de Francisco Rogério achar que R.N.C. teria interesse amoroso em sua esposa ou estaria entregando recados de outros homens a ela, o que não se confirmou.
Por fim, Samuel Freires da Silva Rocha foi sentenciado a 12 anos e 10 meses de prisão pela tentativa de feminicídio de J.R.P.C, ocorrida em 25 de outubro de 2023. Na véspera do crime, a vítima foi atraída pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento, para a casa de um amigo do casal, no bairro Messejana. Ao chegar lá, J.R.P.C. foi mantida em cárcere de privado pelo réu, com o qual se relacionou por quase um ano. Na manhã do dia seguinte, a vítima conseguiu atrair a atenção de vizinhos com seus gritos. Samuel, então, disse que deixaria ela ir e chamaria um carro de aplicativo para que ela pudesse ir para casa, mas ao saírem da casa e caminharem por um quarteirão, ele a golpeou com uma faca, atingindo-lhe no pescoço, nas pernas e nos braços. A agressão foi interrompida pela chegada de um motoqueiro no local, que assustou o réu, fazendo com que ele fugisse. O julgamento ocorreu no dia 25 de agosto de 2025.
Todos os casos fazem parte do programa Tempo de Justiça, iniciativa que busca julgar crimes dolosos contra a vida em até 400 dias após o ocorrido. O programa é uma parceria entre o Ministério Público do Estado do Ceará, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a Defensoria Pública do Estado do Ceará e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, com apoio técnico da Vice-Governadoria do Estado.