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MP debate prevenção à violência de gênero entre adolescentes a partir de projeto com estudantes de Jucás

O Ministério Público do Ceará realizou na manhã desta segunda-feira (17/11) a palestra “Rodas de Conversa ‘Invisíveis Marias’: Educação, Conscientização e Prevenção à Violência de Gênero nas Escolas”. A iniciativa discutiu formas de prevenir a violência de gênero entre adolescentes a partir do diálogo, empatia e informação crítica sobre a Lei Maria da Penha, a partir de projeto desenvolvido pela Promotoria de Justiça de Jucás com alunos do município e que tem como base o livro Invisíveis Marias. Em cada encontro, os jovens são convidados a discutir um capítulo da obra, relacionando suas experiências pessoais com os temas abordados, fortalecendo a consciência coletiva e a cultura de respeito nas escolas.

A subprocuradora-geral de Justiça de Governança, Daniele Fontenele, abriu o evento destacando que as escolas precisam com urgência promover debates e rodas de conversa com os alunos para que haja o respeito entre si. “É uma responsabilidade coletiva educar meninos e meninas para o respeito mútuo. É preciso estarmos atentos aos sinais de violência de gênero para agir, acolher, escutar, entender, dar apoio e fortalecer a rede de apoio. É um compromisso com o futuro”, pontuou.

O tema da palestra teve como inspiração o projeto Rodas de Conversa “Invisíveis Marias”, de autoria do promotor de Justiça Jorge Luiz Granjeiro. “Pensamos em ouvir os jovens do terceiro ano das escolas públicas de Jucás, em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de prevenir a violência. Eles estão na idade que começam relacionamentos e daí é preciso trabalhá-los na prevenção a todo e qualquer tipo de violência de gênero” ressaltou.

Também palestrante, a juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Rejane Jungbluth Suxberger, autora do livro “Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes” enfatizou que a violência doméstica é um iceberg onde só se visualiza a ponta. “É preciso visualizar o que está a nossa volta. Os operadores do direito precisam ir além dos fatos na denúncia. É necessário fazer a diferença na vida das pessoas”, acrescentou.

Já a coordenadora do Núcleo Estadual de Gênero Pró-Mulher do MP (Nuprom), promotora de Justiça Lívia Rodrigues, reforçou que “a educação mais do que nunca passa pelo conceito da igualdade de gênero. Daí o Núcleo do MP estar elaborando uma cartilha voltada para os adolescentes sobre o tema com uma linguagem própria, com uma discussão palpável para a realidade dos jovens”, frisou. O evento foi uma iniciativa do Nuprom e do Ceaf, com apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP).

Também participaram a presidente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargadora Vanja Fontenele; a supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública, defensora pública Jeritza Braga; e a coordenadora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), promotora de Justiça Luciana Frota.

Lançamento

No final da palestra, foi lançada a segunda edição da publicação livro “Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes”, da juíza Rejane Jungbluth Suxberger. No segundo volume são reveladas as dores silenciadas de mulheres que buscaram na Justiça um amparo contra a violência, em forma de contos. Entre relatos de audiências e ecos de histórias reais, o livro expõe as marcas que não desaparecem com a sentença. Mais do que literatura, é denúncia, memória e resistência, um convite à reflexão sobre a violência invisível que atravessa lares e gerações.

Secretaria de Comunicação

Ministério Público do Estado do Ceará E-mail: imprensa@mpce.mp.br