O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), e em parceria com a Coordenaria de Inteligência da Polícia Civil (COIN) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), e a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), deflagrou na manhã desta terça-feira (14/11) a Operação Interitus.
Os alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão são agentes de segurança pública supostamente envolvidos em organização criminosa que praticava crimes de extorsão, homicídios, comércio irregular de arma de fogo, tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro na capital. O objetivo é cumprir 11 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão em Fortaleza, Caucaia e Maracanaú, expedidos pelo Poder Judiciário cearense e cumpridos pela Assessoria de Inteligência (Asint) da Polícia Militar do Ceará e pela DAI. Para o cumprimento dos mandados, o Gaeco contou com o apoio de 23 viaturas da polícia e um total de 70 agentes.
Investigação
A investigação do MPCE começou em 2021 a partir do recebimento de um relatório da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil (COIN). O documento narrava um suposto esquema que envolvia o uso indevido dos sistemas policiais por agentes de segurança pública. Concomitantemente, chegou ao Gaeco denúncia anônima sobre a existência de uma organização criminosa na periferia de Fortaleza, supostamente composta por policiais militares que estariam praticando uma série de crimes graves. Além disso, a Delegacia de Assuntos Internos também encaminhou material para o Gaeco com provas de participação desse grupo na prática de diversos homicídios.
O trabalho investigativo do GAECO se prolongou até 2023 e confirmou o esquema criminoso, identificando um grupo formado por policiais militares e um guarda municipal com propósito de praticar os mais diversos crimes, em especial extorsão, homicídios, tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro. A organização atuava principalmente no bairro Barra do Ceará, na capital.
Com base em farta produção probatória colhida na fase de investigação, o GAECO ofereceu denúncia, em setembro de 2023, contra 11 indivíduos pelas práticas dos crimes de extorsão, comércio irregular de arma de fogo, falsidade de documento, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, usura pecuniária, ameaça e organização criminosa. A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário, que também deferiu todas as medidas cautelares requeridas pelo Ministério Público do Ceará.