MP do Ceará recomenda que município de Fortaleza crie comissão para administrar benefícios das pessoas com deficiência que vivem em residências terapêuticas

MP do Ceará recomenda que município de Fortaleza crie comissão para administrar benefícios das pessoas com deficiência que vivem em residências terapêuticas


O Ministério Público do Estado do Ceará, por meio do Centro de Apoio Operacional da Saúde (Caosaúde) e da 19ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, recomendou, nesta sexta-feira (05/04), que a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) adote providências para a criação de Comissão de Curadoria Institucionalizada. A finalidade é proteger os direitos das pessoas com deficiência, em especial usuários dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) vinculados ao município, que não apresentem condições de fazer a gestão dos próprios benefícios.

A medida foi adotada após o MP do Ceará constatar que, ao promover ações de tutela em benefício dos referidos usuários, há dificuldade de identificar familiares ou servidores que estejam aptos a serem tutores dessas pessoas. A situação resulta na sobrecarga de servidores que assumem esse papel e em diversos prejuízos para as pessoas com deficiência, inclusive suspensão de benefícios em alguns casos.

A recomendação considera que as pessoas com deficiência, usuárias das Residências Terapêuticas, já estão sob os cuidados e responsabilidade da prefeitura de Fortaleza e não podem ter seus direitos prejudicados em razão da falta de planejamento e organização do município para distribuir igualmente a atribuição, quando houver nomeação legal.

A reunião contou com a participação do promotor de Justiça Eneas Romero de Vasconcelos, titular da 19ª Promotoria de Justiça de Fortaleza; das promotoras de Justiça Ana Karine Leopércio, coordenadora do Caosaúde; da procuradora de Justiça Isabel Pôrto, coordenadora auxiliar do Caosaúde; e das promotoras de Justiça Camila Leitão, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (Caocidadania); Kamyla Lessa; Ivana Barros Leal; Magda Kate Lima e Isabel Guerra. Também participaram o defensor público da União, Edílson Santana; a defensora pública do Estado do Ceará, Luíza Nívea Pessoa; e a coordenadora da Saúde Mental e representante das Residências Terapêuticas da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), Berta Augusta Pinheiro.

O MP do Ceará recomenda ainda que a comissão tenha quadro de servidores efetivos e contadores para a prestação de contas e transparência pública da gestão dos benefícios. Segundo a recomendação, a Secretária da Saúde terá até cinco dias úteis para apresentar à 19ª Promotoria de Justiça de Fortaleza informações sobre as providências que serão adotadas para atender à recomendação.

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Ministério Público do Estado do Ceará

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