O MP do Ceará divulgou, nesta segunda-feira (24/11), os primeiros resultados do Projeto Fala que Salva, iniciativa voltada para sensibilizar crianças e adolescentes sobre a prevenção ao uso de drogas e da influência das facções. A reunião de acompanhamento, realizada na sede das Promotorias de Justiça de Fortaleza, destacou a relevância social da ação, que já alcançou sete escolas públicas em territórios vulneráveis da capital e busca fortalecer a proteção escolar contra a influência de organizações criminosas.
Idealizada pelo promotor de Justiça Antônio Forte e acolhida pelo CAOEDUC, a iniciativa promove visitas e palestras educativas, distribui materiais informativos e divulga canais institucionais de apoio nas unidades de ensino, aproximando estudantes, famílias e equipes pedagógicas. O objetivo é sensibilizar os alunos para a prevenção ao uso de drogas e à cooptação das facções, além de fortalecer o diálogo entre comunidade escolar e órgãos de proteção.
“As primeiras visitas confirmaram que temas como drogas e facções criminosas deixaram de ser discutidos nas escolas por medo de represálias. Por isso, a presença de órgãos de segurança e do Ministério Público trouxe confiança aos professores e despertou interesse nos alunos, gerando reflexões e perspectivas positivas”, explica Antônio Forte.
O projeto é desenvolvido em parceria com a Polícia Civil, por meio do Núcleo de Prevenção (Nupre), do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência da Polícia Militar do Ceará (PROERD/PMCE), da 12ª Promotoria de Justiça de Fortaleza e do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim). Também participaram da reunião a coordenadora do Caoeduc, procuradora de Justiça Elizabeth Almeida, e a promotora de Justiça titular da 12ª Promotoria de Justiça, Emilda Afonso.
Projeto Fala que Salva
A ação reflete as bases do Programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS), desenvolvido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que busca mitigar as consequências da violência armada para os profissionais e para a população atendida, sobretudo estudantes de escola pública. A partir da identificação de escolas com registros de violência armada entre setembro de 2024 e setembro de 2025, foram definidas 20 escolas prioritárias, com foco em turmas do 8º e 9º ano. Dessas, 11 compõem a primeira fase, sendo que sete já receberam ações e as demais devem ser atendidas até 12 de dezembro.
Entre os resultados esperados estão a ampliação das ações do Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (PROERD) da PM; o fortalecimento de comissões de prevenção; maior sensibilização de crianças e adolescentes; e apoio às equipes escolares. A meta é reduzir a influência de facções criminosas nas escolas, garantir proteção a professores e ampliar o acesso dos estudantes a informações seguras. O projeto será executado até novembro de 2026, com expansão progressiva para diferentes territórios.